Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) criaram o protótipo de um robô autônomo que pode auxiliar profissionais de saúde nas tarefas operacionais a fim de não sobrecarregá-los em meio à pandemia de coronavírus

“O objetivo é dar suporte na distribuição de remédios e alimentos aos pacientes doentes em hospitais e, com isso, além de diminuir a carga de trabalho, também será diminuído o contato entre profissionais da saúde e pessoas com a Covid-19“, contou Daniela Ridel, doutoranda do Laboratório de Robótica Móvel do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC), na USP de São Carlos, interior paulista.

Há dois anos, Ridel fundou a startup 3DSoft, que contou inicialmente com o apoio do programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), para criar um sensor de baixo custo que se adequasse à realidade econômica do Brasil.

“Depois que o projeto encerrou, decidimos desenvolver um robô de serviços para entregas, que deveria ficar pronto nos próximos meses. Mas, devido ao cenário do coronavírus, fizemos uma mudança radical e criamos o protótipo para ajudar os profissionais da saúde”, disse Patrick Shinzato, Ph.D. em ciência da computação que trabalhou junto com Ridel no projeto.

Desafios

Agora, o objetivo é encontrar parceiros especializados em saúde para que a equipe possa adequar seu robô à demanda dos profissionais que estão combatendo o vírus. “Nós temos a capacidade técnica de fazer esse projeto acontecer, no entanto, falta ajuda para que o robô chegue nas mãos de quem precisa”, afirmou Ridel.

A equipe precisa, também, de investimentos para que o trabalho seja viabilizado. “O ideal seria um parceiro que conseguisse tanto nos colocar em contato com hospitais quanto investir na montagem de mais robôs. Como todos nós somos da área de computação, precisamos de pessoas com outras habilidades que apresentem o projeto a investidores e a quem mais possa nos ajudar”, explicou Ridel.

Reprodução

O protótipo do robô teve um custo unitário de R$ 17 mil, mas a produção em larga escala diminuiria significativamente o valor. “Além disso, esse conjunto de sensores pode ser alterado de acordo com a aplicação. Por exemplo, se pudéssemos colocar marcadores no chão do hospital para o robô se guiar, seria viável usar um sensor de baixo custo, assim como a carenagem poderá ser modificada de acordo com a aplicação”, acrescentou Ridel.

Se todos os recursos já estivessem disponíveis para a equipe, demoraria cerca de dois meses para que o primeiro protótipo funcional fosse disponibilizado para ser utilizado em hospitais.

 

Via: Computerworld