Revisão na China aumenta número de mortos pela Covid-19 em 30%

Em Wuhan, a contagem de vítimas aumentou em 50% após o registro de pessoas não diagnosticadas que morreram no início do surto
Renato Mota17/04/2020 15h36

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A China está revisando seus números oficiais relacionados à pandemia do novo coronavírus, e a contagem de mortos aumentou em mais de um terço, atingindo o patamar de 4.635 vítimas. Somente a cidade de Wuhan, onde o vírus foi detectado pela primeira vez, sofreu uma correção que aumentou seus números de mortos em 50% – de 2.579 para 3.869.

As autoridades da província de Hubei ainda acrescentaram 325 novos casos confirmados ao registro. O número total de casos confirmados na região agora é de 50.333. Na contagem feita até esta sexta-feira (17) a Comissão Nacional de Saúde da China registrava 3.342 mortes em âmbito nacional, antes da publicação dos números revisados.

A atualização nos registros vem de mortes que ocorreram nos estágios iniciais da pandemia e só agora foram confirmadas como tendo relação com a Covid-19. Muitas dessas vítimas morreram em casa, na medida que os hospitais sobrecarregados não conseguiam atender todas as pessoas. O governo chinês declarou que a revisão dos números mostra “responsabilidade perante a história, às pessoas e às vítimas”, além de garantir “divulgação aberta e transparente de informações e precisão dos dados”.

iStock/ Manjurul

As informações vindas da China têm sido sempre tratadas com certa desconfiança. A metodologia para contagem de casos já mudou três vezes desde janeiro, e especialistas advertem que pacientes que apresentaram resultado positivo para o vírus, mas não apresentaram sintomas, não estão sendo incluídos nos registros oficiais, dificultando a comparação dos números do país com o resto do mundo.

Esta semana, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou a “falta de transparência da China”, ao anunciar que iria deixar de enviar fundos para a Organização Mundial da Saúde (OMS). Documentos vazados de uma teleconferência confidencial com a Comissão Nacional de Saúde da China apontam que as autoridades locais subnotificaram os casos durante um período crítico de seis dias no início da epidemia, o que pode ter resultado em um aumento de mais de 3 mil casos.

Os relatórios mostram que, mesmo quando as autoridades estavam minimizando o risco potencial do vírus, um importante consultor de saúde chinês alertou que este era “o desafio mais grave desde a Sars em 2003 e provavelmente se transformará em um grande evento de saúde pública”. Porta-vozes do governo chinês negaram consistentemente as acusações de que o governo encobriu informações ou demorou demais para responder ao surto inicial.

Via: CNN

Editor(a)

Renato Mota é editor(a) no Olhar Digital