A Pfizer e a BioNTech, duas das empresas que estão desenvolvendo vacinas contra o vírus Sars-Cov-2, causador da Covid-19, anunciaram que irão entrar nesta sexta-feira (20) com um pedido junto à Food and Drug Administration (FDA, agência que controla a indústria farmacêutica nos EUA) de aprovação para o uso de sua vacina em caráter emergencial.
O mesmo pedido, baseado em resultados que mostram que a eficácia da vacina é de 95%, está sendo feito às autoridades da Austrália, Canadá, Japão e Reino Unido. Segundo as empresas a autorização possibilitaria o uso da vacina em populações de alto-risco nos EUA até o final de dezembro de 2020.
A vacina da Pfizer e BioNTech é baseada em mRNA, e instrui o organismo do paciente a produzir proteínas específicas que bloqueiam a habilidade do vírus de se ligar às células do organismo. Ela foi submetida a uma terceira fase de estudos com mais de 40 mil pacientes em todo o mundo, incluindo o Brasil.
Dados sobre 170 casos confirmados de Covid-19 entre os participantes estão sendo enviados à FDA, além de dados solicitados ativamente a outros 8 mil pacientes e coletados passivamente de mais 38 mil. O pedido também inclui dados de 100 crianças entre 12 e 15 anos de idade que foram vacinadas.
Detalhe da estrutura do vírus Sars-Cov-2, ilustrada pela Visual Science. Imagem: Visual Science / Reprodução
Eficaz para todos
Segundo as empresas, 42% da população global de voluntários que participaram da terceira fase do estudo, e 30% dos participantes nos EUA, é “racial e etnicamente diversa”. Globalmente 41% dos participantes tem entre 56 e 85 anos de idade, percentual que nos EUA sobe para 45%. Até o momento não há nenhuma preocupação séria sobre a segurança da vacina.
“O pedido de autorização para uso emergencial nos EUA é um passo crítico para tornar nossa candidata à vacina disponível para a população mundial o mais rápido possível”, diz Ugur Sahin, CEO e co-fundador da BioNTech. “Continuaremos trabalhando com agências regulatórias em todo o mundo para possibilitar a rápida distribuição global de nossa vacina”.
Vale lembrar que as primeiras doses de qualquer vacina que chegar ao mercado provavelmente serão reservadas a população de risco, como idosos e trabalhadores de saúde, e que qualquer campanha de vacinação em larga escala só deve ocorrer em meados de 2021. Até lá, a prevenção continua sendo a melhor opção.