O vírus Sars-Cov-2 se espalhou de forma extremamente rápida entre a população mundial no fim do ano passado. É o que revela análise genética feita por pesquisadores ingleses com amostras de mais de 7.600 pacientes da Covid-19 em todo o mundo.

Os dados mostram que o vírus estava infectando pessoas na Europa, nos EUA e em outros países antes mesmo dos primeiros casos oficiais serem anunciados no começo deste ano. Isso torna impossível a tarefa de identificar exatamente como e quando a doença chegou a uma região.

“Toda essa ideia de tentar identificar um paciente zero é inútil, porque há inúmeros pacientes zero”, disse o pesquisador Francois Balloux, do Instituto de Genética do University College em Londres.

Imunidade contra o vírus

A “má notícia” é que alguns cientistas tinham esperança de que o vírus já estivesse circulando, em uma forma mais atenuada, há um bom tempo. Com isso, uma parcela maior da população mundial teria sido exposta, e consequentemente já teria desenvolvido imunidade.

Reprodução

“Isso descarta qualquer cenário que assume que o Sars-Cov-2 estava em circulação muito antes de ser identificado, e que por isso já teria infectado grande parte da população”, disse a equipe de Balloux no estudo, publicado no jornal Infection, Genetics and Evolution.

O cientista estima que, no máximo, 10% da população mundial foi exposta ao vírus. O estudo também ajuda a elucidar a origem do vírus, que segundo os pesquisadores teria “saltado” de animais como os morcegos, onde há vírus semelhantes, para os humanos.

“Nossos resultados estão alinhados com estimativas anteriores e apontam que todas as amostras têm um ancestral comum no fim de 2019, o que aponta este como o período quando o Sars-Cov-2 pulou para um hospedeiro humano”, escreveu a equipe. 

Fonte: CNN