Desenvolvido pelo laboratório Mendelics em parceria com o Hospital Sírio-Libanês, um novo teste de baixo custo para diagnóstico do novo coronavírus deve estar disponível para empresas e unidades de saúde em até 10 dias. O exame molecular identifica o material genético do agente causador da Covid-19 a partir da saliva do paciente. 

O teste é voltado para a detecção da doença na fase aguda da infecção. Em experimentos, a técnica não apresentou resultados falsos-positivos, ou seja, não houve a constatação de diagnósticos positivos equivocados.

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Ao jornal O Estado de São Paulo, o CEO da Mendelics, David Schenleiger, afirmou que o exame pode ser processado em larga escala. O laboratório estima uma capacidade de processamento de 110 mil testes por dia. Segundo o executivo, o preço médio da solução é de R$ 95. O RT-PCR, considerado padrão ouro, que serve de comparação para avaliar outras técnicas, é comercializado entre R$ 240 a R$ 470. 

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O Brasil realizou cerca de 1,3 milhão de testes de Covid-19 ou 6,4 exames por milhão de habitantes, segundo a plataforma de dados da pandemia do site Worldometers. Imagem: Reprodução

Schenleiger garante que, embora seja mais barato, o novo teste tem a mesma sensibilidade do RT-PCR, em torno de 80%. “A gente não vai vender o teste para pessoa física, mas para empresas a fim de voltar à normalidade, para que as pessoas voltem a circular mais.”, ressaltou.

O objetivo consiste em difundir o método para que ele possa ser replicado por outras instituições. “Saber quem tem o vírus é fundamental para tomar decisões fundamentadas para programar retorno e saber onde a Covid-19 está”, disse Luiz Fernando Lima Reis, diretor do Sírio-Libanês Ensino e Pesquisa, ao Estadão.

Técnica ‘Elisa’

Além da Mendelics e do Hospital Sírio-Libanês, outras instituições brasileiras já desenvolveram alternativas de testes de diagnósticos da Covid-19. No início de junho, pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) anunciaram um novo procedimento que adapta o método Elisa, já empregado na detecção do vírus HIV, para diagnosticar o novo coronavírus.

Mais rápida e barata que o RT-PCR, a técnica identifica casos de Covid-19 a partir de amostras do sangue do paciente. O Elisa, no entanto, só pode ser conduzido em laboratório. Por outro lado, o diagnóstico resultante é menos suscetível a sofrer interferências de outras infecções.

Fonte: Estadão