Inteligência Artificial prevê catástrofe se quarentenas forem interrompidas cedo demais

Inteligência artificial do MIT foi treinada com dados sobre Wuhan, Coreia do Sul, Italia e EUA, e conseguiu prever com precisão a evolução dos casos para a primeira quinzena de abril
Rafael Rigues17/04/2020 12h21

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Pesquisadores do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachussetts), nos EUA, treinaram um algoritmo de inteligência artificial (IA) para prever a disseminação dos casos de Covid-19 em uma região. E os resultados trazem um alerta: uma catástrofe pode ocorrer se as medidas de quarentena e isolamento social forem interrompidas cedo demais.

A equipe treinou sua IA para extrapolar dados publicamente disponíveis sobre a disseminação da doença, levando em conta a abordagem que diferentes governos estão adotando quanto a medidas de distanciamento social e quarentena, além de outros parâmetros padrão de epidemiologia.

Para garantir a precisão, os pesquisadores treinaram a IA com dados de Wuhan, Coreia do Sul, Itália e EUA, coletados entre janeiro e o início de março, e compararam suas previsões para a primeira quinzena de abril com dados reais.

Os dados mostram que países que implementaram medidas estritas de quarentena e isolamento tiveram sucesso em conter a disseminação da doença e impedir uma explosão no crescimento, e que os EUA devem chegar a um “pico” de infecções em 20 de abril. Entretanto, este não é o momento para relaxar medidas de quarentena. Se isso for feito, todo o esforço de contenção realizado até agora será “jogado fora”.

O resultado seria similar ao que aconteceu em Singapura, onde medidas de contenção quase conseguiram “achatar a curva”, até que um relaxamento prematuro causou uma explosão em novos casos de Covid-19.

“Demonstramos ainda que relaxar ou reverter as medidas de quarentena neste momento levará a uma explosão exponencial na contagem de casos infectados, anulando assim o papel desempenhado por todas as medidas implementadas nos EUA desde meados de março de 2020”, disseram.

Os EUA têm atualmente 671.425 casos da doença, com 33.286 mortes. O epicentro da doença é a região de Nova York, com 11.477 mortes.

Fonte: The Next Web

Colunista

Rafael Rigues é colunista no Olhar Digital