Cientistas no Reino Unido iniciaram um estudo para avaliar se o anti-inflamatório e analgésico ibuprofeno pode prevenir e até reduzir problemas respiratórios graves em pacientes com Covid-19. Os testes serão feitos com uma formulação especial do medicamento, diferente do remédio encontrado em farmácias.
Batizado como ‘Liberate’, o estudo é resultado de um esforço conjunto de especialistas do hospital Guy’s and St Thomas’ de Londres, da universidade King’s College e da farmacêutica SEEK Group. Metade dos pacientes hospitalizados e inscritos na pesquisa receberá tratamento com o remédio padrão e a outra com tratamento padrão mais a formulação especial de ibuprofeno.
De acordo com Mitul Mehta, professor e diretor do Centro de Inovação Terapêutica do King’s College London, se for possível reduzir os sintomas nessa primeira fase, serão vários os benefícios. “Poderíamos diminuir o grau de desconforto respiratório do paciente para que possa ser tratado no ambiente hospitalar, sem a necessidade de ir à UTI. E também reduzir o tempo de internação”, afirmou.
Pacientes hospitalizados serão testados. Foto: Agência de Saúde do Distrito Federal
Testes em animais
Estudos feitos em animais com síndrome do desconforto respiratório agudo – um sintoma da doença causada pelo novo coronavírus – mostram que cerca de 80% deles morrem. Porém, quando recebem essa formulação especial do ibuprofeno, as taxas de sobrevivência aumentam para 80%.
“Se for bem-sucedido, o valor deste resultado será imenso para a saúde pública global, dado o baixo custo e disponibilidade deste medicamento”, acrescentou o professor Matthew Hotopf, diretor do Centro de Pesquisa Biomédica NIHR Maudsley.
No início da pandemia, a utilização de ibuprofeno gerou controvérsia. O ministro da Saúde da França chegou a afirmar que o medicamento podia agravar os sintomas da infecção. Depois, a Organização Mundial da Saúde publicou um estudo no qual se concluía que os fármacos anti-inflamatórios não esteróides – como o ibuprofeno – não traziam riscos aos infectados pelo coronavírus.
Via: Science Focus