Antiviral contra coronavírus poderá ter versão em pó inalável

A intenção da versão inalável do remdesivir é permitir que os pacientes nos estágios iniciais da doença possam administrar o medicamento em casa
Redação02/06/2020 20h37, atualizada em 02/06/2020 21h16

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A Gilead Sciences, empresa farmacêutica desenvolvedora do medicamento remdesivir – que vem se mostrando eficaz contra o coronavírus – está estudando formas mais fáceis para administrar o antiviral fora de hospitais. A inalação do remédio na versão pó é uma delas.

O remdesivir já se mostrou moderadamente eficiente quando administrado por infusão e, no geral, tem apresentado melhoras nos pacientes com Covid-19. Por isso, a Gilead e outras empresas farmacêuticas estão tentando tornar mais prática e eficaz a utilização do antiviral.

Por exemplo: a Roche e a Eli Lilly, ambas empresas farmacêuticas, estão testando combinar outras drogas ao remdesivir para os casos de estado grave da Covid-19. Enquanto isso, a Gilead estuda como pode introduzir o remédio mais precocemente em pacientes diagnosticados com coronavírus, visto que outros antivirais, como o Tamiflu – eficiente contra o vírus influenza – funcionam melhor se administrados o mais cedo possível nas pessoas infectadas.

Reprodução

Laboratório da Gilead. Imagem: Gilead Sciences via AFP

Como o remdesivir é administrado por via intravenosa, só permitida em hospitais, e não pode ser formulado como pílula – porque possui uma composição química que se degrada no fígado – a Gilead está buscando alternativas que possam ser utilizadas domesticamente para o tratamento precoce. Em comunicado à Reuters, a empresa confirmou que as opções restantes são uma injeção subcutânea e um pó seco, que poderia ser inalado.

“As pessoas esperam ansiosamente uma formulação para inalação a tempo”, contou Michael Yee, analista do Jefferies Group, banco de investimentos, que também informou que a Gilead já está aumentando sua capacidade de fornecer remdesivir e conversando com governos ao redor do mundo sobre preços comerciais.

O problema, no entanto, é que a formulação em pó para inalação, que seria a forma mais fácil de administração doméstica do medicamento, ainda está nos estágios iniciais de desenvolvimento.

Sendo assim, a curto prazo, outra opção seria diluir a solução intravenosa de remdesivir para administrá-la via nebulizador. “A ideia é que um nebulizador tornaria o remdesivir mais diretamente disponível para as vias aéreas superiores e o tecido pulmonar, já que o coronavírus é conhecido por atacar os pulmões. Também permitiria o tratamento precoce de pacientes com coronavírus que não são hospitalizados”, explicou a Gilead. Como o medicamento intravenoso só está disponível para hospitais, essa versão não é, por enquanto, uma forma de tratamento doméstico.

Via: G1

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital