O aumento exponencial de casos do novo coronavírus no Brasil têm preocupado autoridades de saúde e o governo. Com hospitais lotados de pessoas com sintomas da doença, a escassez de recursos pode se tornar uma realidade.
Para tentar minimizar esse impacto, o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de são Paulo promove uma campanha online de financiamento coletivo para arrecadar recursos com objetivo de adquirir equipamentos e insumos hospitalares nesse período de crise.
Por conta disso, o projeto, que recebeu o nome de #VemPraGuerra, tem como meta arrecadar dez milhões de reais. Até este momento, o site da “vaquinha” registra pouco mais de um milhão de reais em doações, com a finalização da campanha prevista para oito dias.
O hospital chegou ao valor solicitado após previsões feitas pela Diretoria e Gestão de Suprimentos. Os dados apontam que, para manter os profissionais aptos a tratar a doença, são necessárias máscaras N95, litros de álcool em gel, aventais e toucas.
Por conta da epidemia, todos esses materiais sofreram com ajustes exorbitantes. Como exemplo, é citado o preço de uma máscara N95 que, antes da epidemia, custava R$ 1,35. Com o surto da doença, cada unidade passou a custar R$ 27,90.
Além disso, parte do valor será dedicada à compra de máquinas de Raio-X portáteis que, segundo o HC “propiciam que pacientes infectados sejam acompanhados, de modo a restringir sua circulação pelo hospital e, consequentemente, reduzir a disseminação do vírus”.
Em contato com o hospital, fomos informados que o projeto não é institucional, ele é resultado de uma parceria da sociedade civil com o Hospital das Clínicas. No entanto, todo o dinheiro arrecadado será revertido para a instituição.
Esforço extra
Além do arrecadamento de doações, o hospital corre contra o tempo para criar um algoritmo de inteligência artificial que seja capaz de analisar exames de tomografia pulmonar em busca de padrões de infecção.
O principal objetivo do novo sistema é o de identificar quais os quadros clínicos mais severos da doença. Com a falta dos testes de detecção se tornando uma realidade, a tecnologia pode ajudar a diagnosticar pacientes, mas, acima de tudo, apontar quem apresenta casos mais urgente e que, consequentemente, exigem cuidados imediatos.
Vale lembrar que isso é apenas uma solução temporária, já que esse diagnóstico não é indicado para pessoas assintomáticas. Porém, para pacientes que manifestam os sintomas, isso pode ajudar na identificação do agravamento do quadro de alguns indivíduos.
Um algoritmo desse tipo é muito complexo. Normalmente, o desenvolvimento do código-fonte leva de seis meses a um ano. No entanto, devido ao cenário crítico, o algoritmo tem previsão de finalização em um mês.
O desenvolvimento ocorre como resultado de uma parceria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, pelo Hospital Sírio Libanês e pela empresa Deloitte, responsável por estruturar o projeto. Depois de concluído, a ideia é implementar o algoritmo em vários hospitais do país.
Via: Hypeness/ Uol