O governo dos Estados Unidos pediu urgência a um grupo de especialistas em inteligência artificial para analisar um conjunto de 29 mil artigos acadêmicos sobre o novo coronavírus que poderiam fornecer insights sobre como gerenciar a pandemia.

Os norte-americanos esperam que os pesquisadores usem essa base de dados para desenvolver novas técnicas de mineração de texto e dados que possam ajudar os cientistas a responder perguntas importantes sobre as origens, transmissões e tratamentos em potencial da Covid-19.

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Todas as perguntas levantadas sobre a doença foram reunidas e publicadas no Kaggle, uma comunidade de aprendizado de máquina pertencente ao Google. Algumas dessas dúvidas são:

  • O que se sabe sobre transmissão, incubação e estabilidade ambiental?
  • O que foi publicado sobre cuidados médicos?
  • O que sabemos sobre genética, origens e evolução do vírus?
  • Quais informações temos sobre vacinas e terapias?
  • O que sabemos sobre vigilância e diagnóstico?
  • O que foi publicado sobre compartilhamento de informações e colaboração intersetorial?
  • O que se sabe sobre fatores de risco de Covid-19?
  • Quais as intervenções não farmacêuticas?
  • O que foi publicado sobre considerações éticas e sociais?

Todos os dados de pesquisa aberta Covid-19, chamado de Cord-19, foram disponibilizados no SemanticScholar, um mecanismo gratuito e sem fins lucrativos para pesquisas acadêmicas. A cada novo estudo publicado, a coleção será atualizada.

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“A ação decisiva das empresas americanas de ciência e tecnologia é fundamental para prevenir, detectar, tratar e desenvolver soluções para a Covid-19”, afirmou Michael Kratsios, diretor de tecnologia dos EUA.

Banco de dados reúne gigantes da tecnologia

O Cord-19 foi construído por meio de uma colaboração entre diversas organizações, após uma solicitação do Escritório de Políticas de Ciência e Tecnologia da Casa Branca. A Iniciativa Chan Zuckerberg (entidade filantrópica da esposa do CEO do Facebook) deu acesso ao conteúdo pré-publicação, enquanto a Biblioteca Nacional de Medicina providenciou a literatura. A Microsoft agrupou a pesquisa com ferramentas de curadoria de literatura, permitindo que pesquisadores do Allen Institute for AI passassem para as máquinas o conteúdo para um formato legível. A coordenação do projeto foi feita pelo Centro de Segurança e Tecnologia Emergente da Universidade de Georgetown.

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Artigos acadêmicos sobre o novo coronavírus legíveis por inteligência artificial já foram publicados por outras organizações, como o banco de dados de revistas científicas chinesas Chongqing VIP Information, que disponibilizou os estudos gratuitamente durante a pandemia.

O governo americano, por sua vez, informa que o Cord-19 é a mais extensa coleção de literatura sobre Covid-19 legível por IA em todo o mundo, disponível para mineração de dados e textos. Os pesquisadores podem procurar informações nele e enviar suas respostas pela plataforma. Além da possibilidade de ajudar o mundo a combater uma doença grave, a Kaggle também oferece uma recompensa de US$ 1 mil para a melhor resposta a cada uma das perguntas.

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Via: The Next Web