Estudo encontra sete tipos de coronavírus em morcegos na África

Estudo feito no Gabão identificou três espécies infectadas por coronavírus
Redação20/05/2020 20h37, atualizada em 20/05/2020 21h12

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Pesquisadores encontraram sete novos tipos de coronavírus em morcegos no Gabão, país africano que tem a caça como meio de subsistência para muitas comunidades. Embora tais vírus não sejam comprovadamente possíveis causadores de uma pandemia, é preciso ter em mente que a Covid-19 se originou em morcegos.

Sabe-se que os coronavírus podem ser transmitidos de animais para seres humanos desde a epidemia de Sars (Síndrome Respiratória Aguda Grave), que aconteceu entre 2002 e 2003, com origem rastreada em morcegos na China. Agora, o novo coronavírus (Sars-CoV-2) também se tornou o causador de uma doença por meio de algum animal intermediário (como o pangolim) que, primeiro, teve contato com morcegos infectados e, depois, chegou aos seres humanos como alimento.

Para entender a origem dos coronavírus, os pesquisadores analisaram, desde 2009, milhares de animais silvestres, entre mamíferos, roedores e primatas, de províncias da África. O estudo, publicado na revista científica Nature, encontrou, nas cavernas do Gabão, morcegos de três espécies (Hipposideros gigas, Hipposideros cf. ruber e Miniopterus inflatus) infectados por sete diferentes tipos de coronavírus.

Reprodução

Foto: Getty Images

De acordo com o estudo, a transmissão zoonótica – ou seja, de animais para seres humanos – está diretamente ligada à invasão dos habitats naturais para tráfico e consumo de espécies silvestres. Afinal, coronavírus são comuns em animais e interagem naturalmente com seus organismos, mas causam doenças respiratórias severas em seres humanos.

Ainda que a exata transmissão zoonótica que iniciou a pandemia de Covid-19 não tenha sido desvendada, é importante saber quais são os potenciais hospedeiros de vírus para evitar futuras infecções. Daí a necessidade de incluir a ecologia nos estudos que cercam a pandemia para precaver, desde já, novos surtos.

É a partir de estudos científicos como esse que o Gabão, mesmo tendo a alimentação com base em animais silvestres enraizada na cultura de suas comunidades, decidiu proibir o consumo de morcegos e pangolins. A mesma medida foi tomada quanto aos primatas, vetores intermediários do vírus ebola.

Nesta quarta-feira (20), a cidade chinesa de Wuhan, berço da pandemia de Covid-19, proibiu o comércio e o consumo de animais silvestres.

Via: Uol

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital