Desde o início da pandemia de coronavírus, a ligação do vírus com o sistema nervoso ficou clara com a perda do olfato e do paladar. Agora, uma pesquisa italiana conseguiu, pela primeira vez, determinar como o Sars-Cov-2 chega ao sistema nervoso central (SNC).

Publicado na revista Jama-Otolaryngology – Head & Neck Surgery, o estudo determinou que o vírus usa o bulbo olfativo para atingir o SNC. “Nós conseguimos isolar o bulbo olfatório em dois pacientes e o estudo foca em um deles, que tinha uma forma grave de Covid-19“, explicou Patrizia Morbini, da Universidade de Pavia e líder das pesquisas.

“Conseguimos demonstrar com microscopia eletrônica a presença do vírus no bulbo olfatório, associada a uma grande inflamação”, completou. A pesquisadora também acrescentou que, em ambos os pacientes, foi possível identificar a “presença abundante de partículas virais” na mucosa olfativa.

ReproduçãoPesquisa italiana descobre como vírus atinge sistema nervoso central. Foto: Elizabeth Fischer/Microscopy Unit N

Morbini finalizou dizendo que esta “é a primeira evidência de uma relação direta entre o bulbo olfatório e o Sars-Cov-2, que apoia os dados instrumentais dos danos nesta área em pacientes com a Covid-19 e a evidência clínica de comprometimento do olfato“. Apesar disso, a pesquisa deve sofrer com críticas do setor. Isso porque foi focada em apenas uma pessoa. Este, porém, pode ser um passo importante para que novos pesquisadores e estudos possam aprofundar o que foi descoberto pela pesquisadora italiana e sua equipe.

Rússia inicia produção de vacina

Outro avanço em relação ao combate à Covid-19 é vacina russa Sputinik V. Após anunciar a aprovação do imunizante, que recebeu muitas críticas por não cumprir o protocolo estabelecido pela Organização Mundial da Saúde, o país afirmou no último sábado (15) que iniciou a fabricação do primeiro lote. Em comunicado, o governo russo disse que “a produção de uma vacina contra nova infecção por coronavírus, Covid-19, desenvolvida pelo Centro de Pesquisa Gamaleya do Ministério da Saúde da Rússia, já começou”.

A divulgação da vacina acontece em meio a contestações de diversos países sobre a eficácia do antídoto. Além de os testes clínicos russos terem iniciado há apenas dois meses, os resultados dos experimentos — realizado em apenas 38 indivíduos — não foram divulgados abertamente para o mundo.

Via: Ansa