O programa global Covax, liderado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), precisa de injeção imediata de US$ 15 bilhões para atingir o objetivo de tornar igualitário o acesso a uma vacina contra a Covid-19.

A morosidade dos países envolvidos no custeio do projeto levou o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, a cobrar um plano de financiamento bem definido e com urgência.

O Acelerador de Acesso a Ferramentas contra a Covid-19 (ACT), ação que engloba o Covax, recebeu cerca de US$ 3 bilhões até o momento, e precisa de mais US$ 35 bilhões. Destes, US$ 15 bi são urgentes para “não perder a janela de oportunidade” para a compra e produção antecipadas, segundo Guterres.

“O acelerador ACT proporciona a única maneira segura e certa de reativar a economia global o mais rápido possível”, afirmou, durante um evento virtual da ONU. “Não podemos permitir que uma defasagem no acesso [à vacina] amplie ainda mais as desigualdades, que já são vastas”.

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António Guterres, secretário-geral da Organização das Nações Unidas. Imagem: Creative Commons

 

Mais investimento

De acordo com o secretário, é preciso que todos os governos intensifiquem consideravelmente os esforços de financiamento nos próximos três meses. Ele destacou que, individualmente, alguns países desenvolvidos já gastaram trilhões para conter os impactos da crise sanitária internamente, mas que “esforços nacionais não serão suficientes para destrancar as portas da economia global e restaurar os meios de subsistência”.

“Sejamos claros: não chegaremos ao nosso objetivo se os doadores simplesmente alocarem recursos somente do orçamento da Assistência Oficial de Desenvolvimento”, continuou. “Precisamos de um pensamento maior. É hora de os países usarem o financiamento de seus próprios programas de reação e recuperação”. 

O Covax pretende entregar 2 bilhões de doses de vacinas contra o novo coronavírus, 245 milhões de tratamentos e 500 milhões de exames ao redor do mundo até o fim de 2021. Tedros Adhanom, chefe da OMS, afirmou que 167 países já se filiaram ao programa, o que representa 70% da população mundial, e acrescentou que a lista está “aumentando a cada dia”.

Via: Agência Brasil