Covid-19: crianças têm chances 44% menores de contrair a doença

Análise da Royal College of Paediatrics and Child Health, do Reino Unido, indica evidências de que até os 14 anos pessoas são menos suscetíveis à infecção
Fabiana Rolfini29/09/2020 12h42, atualizada em 29/09/2020 12h51

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Crianças têm 44% menos chances de contrair a Covid-19 do que os adultos. É o que aponta uma análise liderada por Russell Viner, presidente do Royal College of Pediatrics and Child Health, do Reino Unido.

A revisão sistemática com base em 32 estudos considerou crianças e adolescentes abaixo de 20 anos, em comparação com adultos de 20 anos ou mais.

“Há evidências preliminares de que aqueles com menos de 10 a 14 anos têm menor suscetibilidade à infecção do que adultos, com adolescentes parecendo ter suscetibilidade semelhante à dos adultos”, indica a análise.

Reprodução

Crianças com menos de 14 anos têm menor suscetibilidade à infecção pelo coronavírus do que adultos, indica análise. Foto: BlackJack3D/iStock

No início da pandemia, um estudo feito por pesquisadores americanos em conjunto com chineses, havia revelado que, ainda que expostas ao coronavírus, as crianças têm sintomas muito mais brandos, e em alguns casos nem sequer mostram manifestações da doença.

O fato surpreendeu visto que, normalmente, uma doença respiratória afeta mais severamente os muito jovens, que tem um sistema imunológico ainda em desenvolvimento, e os mais idosos, onde ele já não funciona de forma tão eficaz.

Hipóteses

O motivo não ficou claro, mas os cientistas trabalham com duas possibilidades. Uma tem a ver com o desenvolvimento dos pulmões. À medida que uma pessoa envelhece, os pulmões sofrem danos devido à exposição a poluição, alergias respiratórias, etc, o que tornariam as pessoas mais suscetíveis aos coronavírus.

Outra hipótese levantada é que o organismo das crianças tenha uma resposta imunológica diferente ao causador da Covid-19, com anticorpos desenvolvidos para outros vírus similares, como o da gripe, reagindo contra o novo invasor.

Mesmo que um motivo ainda não tenha sido estabelecido, o fato que crianças podem ter a doença e serem assintomáticas justifica a continuidade de medidas como o fechamento temporário de escolas e os cuidados com higiene. Todo cuidado é pouco.

Via: Agência Brasil

Fabiana Rolfini é editor(a) no Olhar Digital