Covid-19: contágio volta a crescer no Brasil e epidemia está ‘ativa’

Depois de ver sua taxa de transmissão chegar ao menor número em cinco meses, o País voltou ao nível que beira o descontrole na propagação da doença
Renato Mota08/09/2020 20h04, atualizada em 08/09/2020 20h09

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Uma semana após atingir seus menores índices desde abril, a taxa de transmissão do novo coronavírus no Brasil voltou a subir, e de acordo com o levantamento semanal do Imperial College de Londres, o número (Rt) voltou a ser 1. Isso significa que cada infectado transmite a Covid-19 para pelo menos outra pessoa – o que deixa o País novamente com uma epidemia considerada “ativa”.

O cálculo do Imperial College foi feito a partir das estatísticas brasileiras compiladas até o último domingo (6). Na última semana, o Brasil contabilizou 5.741 mortos, com uma projeção de 5.710 a 6.320 novos óbitos para esta semana. Para todos os índices, os pesquisadores do Reino Unido acrescentam que “a notificação de mortes e casos no Brasil está mudando; os resultados devem ser interpretados com cautela”.

Existem dois motivos para que o Imperial College peça prudência na interpretação dos números. Primeiro, porque deve ser considerado o tempo de incubação do novo coronavírus, que leva duas semanas. Durante ou após esse período, a taxa de contágio pode voltar a subir.

Tânia Rêgo/Agência Brasil

Praia do Flamengo, na zona sul do Rio de Janeiro, no último domingo (6). Imagem: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Segundo, por conta do atraso nas notificações de casos no Brasil. Desde o início da pandemia, esse vem sendo um dos principais problemas enfrentados pelo País no que diz respeito ao combate à doença, uma vez não foram estabelecidos programas amplos de testagem na população.

Entre os 72 países avaliados (não estão inclusos, por exemplo, Estados Unidos e China), o Brasil foi o segundo em número de mortes – a Índia liderou com 7.128 óbitos. A taxa de contágio está mais alta na Espanha (2,5), Itália (1,53), Nigéria (1,36) e Turquia (1,31), os cinco primeiros da lista em  que o País está em 35º.

Editor(a)

Renato Mota é editor(a) no Olhar Digital