Propagação de Covid-19 volta a acelerar no Brasil, conclui estudo britânico

Taxa de transmissão aumentou na última semana, segundo relatório do Imperial College
Renato Santino09/07/2020 01h29

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O Brasil está perto de superar a pandemia de Covid-19? Pelo que indica um novo levantamento publicado pelo Imperial College, é exatamente o contrário: o vírus voltou a acelerar no país, proporcionando aumento no número de casos.

Segundo a estimativa dos pesquisadores, o Rt do vírus no Brasil aumentou de 1,03 para 1,11 entre o relatório da semana passada e o desta semana. Isso indica que a taxa de transmissão da Covid-19 aumentou.

Para quem não está familiarizado com essa nomenclatura, o Rt representa uma média de quantas pessoas um paciente infectado consegue contaminar. Com o patamar em 1,11, cada infectado repassa o vírus para 1,11 pessoa. Ou seja: 100 contaminados transmitem para 111.

O ideal é manter essa taxa o menor possível. Quando ela está em exatamente 1, significa que a pandemia está estável: cada pessoa passa o vírus para mais uma, mantendo o número de novos casos em um patamar fixo. Quanto maior, mais descontrolado está o vírus. Quando o número está abaixo de 1, significa que, na média, cada contaminado transmite a Covid-19 para menos de uma pessoa, o que, com o tempo, fará com que o vírus seja extinto dentro de uma população.

Os dados do Imperial College se baseiam nos números consolidados do último domingo (5), mas a universidade relata que a contagem de casos e mortes brasileira “está mudando”, sem dar mais detalhes sobre o que isso significa, e que os resultados do país devem ser analisados com cautela. Nenhum outro país tem essa referência no estudo.

Especialistas têm notado uma mudança de perfil nos casos de Covid-19 no Brasil. No estado de São Paulo, por exemplo, o vírus começou a atingir de forma mais agressiva a região do interior, que havia sido poupada no primeiro momento. Outros estados que viveram ondas mais leves do vírus também começam a perceber um agravamento de suas situações, como é o caso de Minas Gerais e a região Sul do Brasil, enquanto Norte e Nordeste começam a dar sinais mais positivos com o controle do vírus após serem profundamente afetados.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital