Cientistas detectam dois tipos do Sars-Cov-2 em felinos do zoológico de NY

Achado foi feito pelo sequenciamento genético do vírus retirado de tigres e leões infectados em março e que desenvolveram sintomas leves da doença
Fabiana Rolfini27/07/2020 19h09, atualizada em 27/07/2020 19h30

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Pesquisadores dos EUA descobriram duas linhagens diferentes do novo coronavírus em felinos do zoológico do Bronx, em Nova York. Para tal, os cientistas sequenciaram o material genético dos vírus retirados dos animais.

A variação entre eles sugere que a infecção tenha tido origens diferentes em cada um dos espécimes em cativeiro. Segundo o estudo, o tipo 1 do vírus se espalhou em leões e tem sua origem desconhecida. Já o tipo 2 se propagou em tigres, possivelmente pelo contato com cuidadores, já que as análises genéticas indicaram similaridades entre as cepas encontradas nos animais e humanos.

A descoberta foi publicada na última quinta-feira (23) como prévia (pré print) e ainda aguarda a revisão por pares, método que permite a avaliação de manuscritos submetidos às revistas científicas por especialistas independentes.

Animais e humanos infectados

O zoológico nova-iorquino reconheceu em março deste ano que quatro tigres e três leões apresentaram sintomas leves de Covid-19 e todos os animais foram submetidos ao teste RT-PCR (cotonete) para o diagnóstico da infecção.

Além de identificarem o RNA (“DNA” do vírus) nas secreções dos sete felinos, os pesquisadores encontraram traços do Sars-Cov-2 nas amostras de fezes dos animais.

Quatro funcionários do Zoológico do Bronx também chegaram a relatar sintomas leves da doença, que incluíam febre, tosse, calafrios, dores musculares e cansaço. Segundo o estudo, apenas os quatro foram submetidos a testes e foram isolados do trabalho após surgirem os sintomas.

Reprodução

Teste RT-PCR é feito para o diagnóstico de Covid-19. Foto: Reprodução

Infecção em cachorro

Em 28 de fevereiro, exames em um cão da raça spitz alemão em Hong Kong também detectaram a presença do novo coronavírus, segundo um porta-voz do Departamento de Agricultura, Pesca e Conservação do território semi-autônomo da China.

Os níveis detectados no cachorro eram baixos, e o animal não apresentou sintomas. O animal morreu pouco tempo depois, mas a causa da morte não foi identificada pois a proprietária não autorizou a autópsia.

Um mês depois, um segundo cachorro, da raça pastor alemão, recebeu dianóstico positivo para Covid-19. Ele foi colocado em quarentena junto com outro cachorro, sem raça definida, que vive na mesma casa.

Vale destacar que, até o momento, não há evidências de que o coronavírus possa ser transmitido por animais.

Via: G1

Fabiana Rolfini é editor(a) no Olhar Digital