Já pensou em transmitir DNA de um lugar para outro como nos antigos aparelhos de fax? Embora a ideia pareça ousada demais – ou até maluca – para a atualidade, é basicamente o que propõe a Synthetic Genomics Inc. A companhia criou uma máquina que pode converter códigos genéticos em vertentes de DNA, que podem ser “impressos” da noite para o dia.

Capaz de fazer frente a qualquer história de ficção científica, o projeto tende a transformar áreas como medicina. Batizada de Digital to Biological Converter (DBC), ou Conversor de Digital para Biológico, a máquina pode revolucionar a criação de vacinas, eliminando etapas demoradas do processo. Outras aplicações seriam a análise de materiais de pacientes, consultas, desenvolvimento de medicamento, entre outros.

De acordo com o vice-presidente de tecnologias de DNA da Synthetic Genomics Inc., o DBC pode ser encarado como um teletransporte de material biológico. “Todas as funções e características dos seres vivos estão escritas em um código de DNA. Se você puder ler e escrever esse código, então será possível reproduzi-lo em qualquer lugar do mundo em teoria”, explicou.

Atualmente, segundo a publicação do Wall Street Journal, já há até mesmo um protótipo funcional da máquina. Em 24 horas, o equipamento consegue transformar um código digital de DNA em material biológico sintético, tais como vírus e proteínas. Para fazer isso, são produzidos pequeninos pedaços de código de DNA, que são “costurados” em um processo conhecido como “Gibson Assembly” (Montagem de Gibson).

Apesar do grande potencial já apresentado pela máquina, o DBC ainda não está à venda. A companhia trabalha para reduzir o tamanho do equipamento e para aumentar sua precisão, já que uma pequena mudança no código genético pode causar resultados inesperados na criação de vacinas e outros tratamentos. Além de menor e mais veloz, a nova versão do aparelho consegue entregar taxas de acertos acima de 95%.

Os cientistas da Synthetic Genomics acreditam que o DBC estará pronto para a comunidade acadêmica em três ou cinco anos. Atualmente, a companhia vende uma versão modificada do dispositivo, chamado de BioXp System, que imprime material genético utilizando reagentes anteriormente carregados por até US$ 80 mil (cerca de R$ 310 mil). O aparelho é vendido atualmente para pesquisas em universidades, laboratórios e governos.