Em uma relação de 15 países – alguns dos quais estão entre os mais afetados pela pandemia do novo coronavírus, como China, Itália e Estados Unidos – o Brasil figurou no segundo lugar entre os que a população acredita menos na eficácia das medidas de isolamento social.
A pesquisa foi feita pela Ipsos, com entrevistas conduzidas online com 28 mil pessoas entre os dias 9 e 12 de abril. Ao responder a afirmação: “Todas as restrições a viagens e ordens de auto isolamento não vão barrar de fato a propagação do vírus”, 54% dos brasileiros estavam de acordo, empatados com os alemães e atrás somente dos indianos, com 56%. Segundo a Ipsos, há duas semanas (entre 26 e 28 de março), o pessimismo no Brasil era menor: 49%.
O país que mais confia nas medidas de isolamento social como forma de barrar a propagação da Covid-19 é a Espanha, com apenas 34% dos pesquisados demonstrando descrença ao método. O otimismo é compartilhado por Austrália (35%), Canadá, Itália e China (os três empatados com 36%).
Por outro lado, os brasileiros estão entre os mais otimistas em uma rápida recuperação econômica, com 46% dos pesquisados acreditando nessa possibilidade (a maior entre países ocidentais). Mas não são nada comparados com os 80% dos vietnamitas que confiam numa retomada da economia, além de 68% dos chineses e 63% dos indianos. Nesse mesmo aspecto, os mais pessimistas são os espanhóis (17%), franceses (19%) e italianos (24%).
Em uma pesquisa mais recente da Ipsos, focada somente no Brasil e divulgada na última quarta-feira (22), 85% dos brasileiros disseram esperas que as coisas voltem ao “normal” até junho. As duas principais preocupações da população brasileira são a disseminação do vírus (56%) e seu impacto econômico (perda de renda ou emprego é mencionada por 27% dos entrevistados).
Na avaliação de 43% dos pesquisados, o ex-Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, estava fazendo um bom trabalho, e 40% elogiaram ainda o papel dos hospitais públicos, 37% dos hospitais privados, 35% dos governos estaduais, mas apenas 29% mencionaram os prefeitos ou o governo federal (embora o este último recebe classificações mais altas entre os idosos).
Via: Folha de S. Paulo