A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta segunda-feira (22) um novo teste rápido para Covid-19, desenvolvido pela farmacêutica Roche. O exame sorológico mede a presença de anticorpos contra o coronavírus em amostras de sangue de pacientes e pode indicar se a pessoa já esteve em contato com o agente infeccioso.

Segundo a fabricante, se aplicado 14 dias após o início dos sintomas, o teste conta com 99,03% de sensibilidade e 98,65% de especificidade. A primeira taxa descreve a capacidade do exame de identificar os pacientes realmente infectados, dentre as pessoas com suspeita da doença. Já a segunda corresponde à capacidade do procedimento apontar corretamente resultados negativos em indivíduos saudáveis. O produto deve chegar ao Brasil em novembro.

Assim como outros exames sorológicos, o teste rápido da Roche envolve a coleta de sangue do dedo do paciente e pode gerar resultados em períodos de 10 a 15 minutos. O grau de especificidade permite uma maior precisão para identificar os anticorpos do novo coronavírus e evitar a interferência de anticorpos relacionados com outras doenças.

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“Na situação pandêmica atual, testes que detectam as respostas dos anticorpos contra o SARS-CoV-2 serão essenciais para dar suporte ao desenvolvimento de vacinas e, também, para entender a taxa e a disseminação da infecção entre as populações e, caso as evidências científicas comprovem, determinar se uma pessoa adquiriu imunidade ou não ao novo coronavírus”, disse a Roche, em comunicado.

Testes rápidos

Os testes rápidos são ferramentas importantes para controlar a disseminação da pandemia, uma vez que podem ajudar no rastreamento de contaminações e a identificação de pacientes assintomáticos. Os exames, no entanto, não são apropriados para diagnóstico nas fases iniciais da Covid-19.

Isso acontece porque os exames analisam duas imunoglobulinas: o anticorpo IgM pode ser produzida pelo sistema imunológico após alguns dias do aparecimento dos primeiros sintomas, enquanto o IgG tem uma resposta mais tardia. Se uma análise aponta a ausência de IgM e IgG, por exemplo, há a possibilidade de o paciente não ter sido exposto ao coronavírus, mas há também chances do indivíduo estar infectado e ainda não ter desenvolvido uma resposta imunológica.

O exame mais recomendado para obter diagnóstico precoce é o RT-PCR, que envolve a análise molecular de amostras das vias respiratórias de pacientes. Os materiais são coletadas por um swab, uma espécie de cotonete mais longo, introduzido na boca ou narina do paciente.