Desde que o primeiro caso do novo coronavírus foi confirmado no Brasil, em 26 de fevereiro, o país já contabilizou 163.427 pessoas infectadas e mais de 11 mil mortes. Com o avanço da pandemia, diversas medidas de contenção foram tomadas pelas autoridades e, segundo um grupo de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), sem essas ações, o número de óbitos pode dobrar dentro de 20 dias. Além disso, os casos iriam alcançar a marca de 400 mil, até 5 de junho.
O cálculo foi feito pelo estatístico Carlos Alberto Bragança Pereira e buscava encontrar quando o país vai atingir o pico das infecções. O modelo utilizado foi o Weibull, ou análise de sobrevivência, que considera o número de infectados e período de sobrevida ao vírus nos casos fatais. Os parâmetros utilizados foram os números oficiais divulgados pelo governo.
Os cálculos mostram que o comportamento da doença varia de estado para estado. No Rio de Janeiro, por exemplo, o pico pode acontecer apenas em meados de agosto, com cerca de 100 mil contaminações. Além disso, até o início de junho, o estado pode atingir até 5 mil óbitos. Já em São Paulo, o pico deve acontecer no fim de maio, com o número de casos entre 135 mil e 160 mil.
Isolamento social
Por conta desses números, o sanitarista Oswaldo Yoshimi Tanaka, diretor da Faculdade de Saúde Pública da USP, defende o isolamento social como a única medida eficaz para evitar que mais pessoas morram, enquanto esperam vaga na UTI ou respirador, como já acontece em Manaus.
Ele destaca, ainda, a necessidade da intubação rápida dos pacientes. “O profissional não pode titubear. Isso exige muito treinamento. Se demorar 10 minutos para entubar, o paciente morre”, concluiu.
Via: O Globo