Em reunião nesta quinta-feira (8), o Ministério da Saúde definiu um acordo para investir R$ 92 milhões no Instituto Butantan, visando ampliar sua capacidade de produção de vacinas e alavancar a fabricação e distribuição da CoronaVac, a fórmula desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac e testada no Brasil em parceria com o governo de São Paulo.
Como informa a colunista Monica Bergamo, da Folha de S. Paulo, o encontro, que reuniu o ministro Eduardo Pazuello com o secretário estadual de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, e Dimas Covas, presidente do Butantan, fechou o compromisso de investimento após a conclusão dos testes de fase 3 em andamento no país, que definirão se o composto é realmente eficaz contra Covid-19 e se pode ser distribuído por aqui.
Por enquanto, não há como prever quando essa resposta chegará. Os pesquisadores esperam reunir por volta de 60 casos de Covid-19 entre os voluntários e observar a distribuição dos casos entre o grupo que recebeu a vacina e o que recebeu o placebo. Se os casos estiverem concentrados principalmente no grupo placebo, significa que a vacina funciona; se não houver diferença significativa, não funciona. Como não se pode controlar quando esses casos serão acumulados, não é possível definir um prazo específico para o anúncio dos resultados.
Apesar disso, o governador João Doria continua dando prazos otimistas, afirmando que até novembro terá essa resposta em mãos e poderá solicitar o registro à Anvisa para iniciar a vacinação a partir de 15 de dezembro. A agência já realiza a análise dos dados das fases anteriores dos ensaios clínicos para acelerar o veredicto quando a fase 3 estiver pronta.
O acordo do governo de SP com a Sinovac prevê a entrega de 46 milhões de doses da CoronaVac até o fim do ano, que serão distribuídos a grupos prioritários: primeiro os profissionais da saúde, seguidos de professores e na sequência os portadores de comorbidades. Mais 14 milhões estão previstas para serem entregues até fevereiro de 2021. Até maio, a previsão é de 100 milhões de doses prontas para distribuição.
A partir do ano que vem, o acordo com o Instituto Butantan também prevê o início da produção local, que será importante para abastecer o mercado nacional e vacinar o restante da população. A expectativa é de que o instituto seja capaz de produzir 100 milhões de doses da CoronaVac por ano, e o investimento do Ministério da Saúde ajudará a alcançar a meta.