O Brasil finalmente tem um ministro da Saúde oficial, mas não se trata de nenhum nome novo. Eduardo Pazuello, que ocupava interinamente a função, passará a exercer em definitivo o cargo a partir de quarta-feira (16), quando será realizada uma cerimônia de posse. Como informa o G1, os convites para o evento já começaram a ser enviados.

Pazuello assumiu o posto em 3 de junho, após passagem relâmpago de Nelson Teich pela pasta e um período como líder não-oficial da pasta. O ex-ministro havia se desentendido com o presidente Jair Bolsonaro em relação à recomendação da hidroxicloroquina como tratamento da Covid-19. O mesmo motivo também contribuiu para a demissão de Henrique Mandetta, que exercia a função durante a chegada do coronavírus ao Brasil.

Militar e sem experiência na área de saúde, Pazuello credenciou-se ao cargo pela capacidade de planejamento logístico, segundo Bolsonaro. Ele também não se opôs ao uso do polêmico medicamento, e inclusive passou a recomendar o uso da droga até mesmo em casos leves de Covid-19, abrangendo também crianças e gestantes.

Outro ponto polêmico do mandato interino de Pazuello foi a interrupção na divulgação dos dados da Covid-19 no Brasil. Por recomendação do Ministério da Saúde, o portal dedicado à doença havia removido informações detalhadas sobre total de casos e mortes, anunciando apenas diariamente a quantidade novos diagnósticos e óbitos. Como reação, veículos de imprensa passaram a adotar uma contagem independente e o Conselho Nacional de Secretarias de Saúde passou a anunciar o seu próprio compilado. Depois de muitos protestos e ações judiciais, a divulgação das estatísticas foi retomada.

Quando assumiu o cargo interinamente, Pazuello chegou a afirmar que não pretendia ficar ocupá-lo por muito tempo, afirmando que pretendia ser ministro por, no máximo 90 dias. No entanto, esse período foi encerrado em agosto, e agora ele continuará exercendo a função de forma definitiva.