Instituto Butantan prevê análise de eficácia da CoronaVac para outubro

Até o fim de setembro, 9 mil voluntários tomarão o imunizante como parte da fase 3 de testes clínicos
Redação09/09/2020 21h21, atualizada em 09/09/2020 22h04

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Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, disse, nesta quarta-feira (9), que a expectativa da instituição é que a vacina chinesa CoronaVac comece a ter sua eficácia analisada a partir do dia 15 de outubro. O imunizante se encontra na fase 3 de testes clínicos, etapa em que será aplicada em nove mil voluntários.

“Até o final de setembro vacinaremos todos os 9 mil. Com isso, a partir de 15 de outubro poderemos ter a análise da eficácia”, explicou Covas na entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo. “Vamos ter um organismo internacional que controla o estudo, ele que vê os dados que vão demonstrar a eficácia”, continuou o diretor.

Ainda de acordo com Covas, quatro mil voluntários já receberam a primeira dose da vacina e alguns já tomaram, inclusive, a segunda dose do imunizante. Portanto, a fase 3 de testes, que é a última, está evoluindo rapidamente.

“Havendo eficácia, a vacina poderá ser registrada na Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] e, na sequência, disponibilizada ao Ministério da Saúde. Em dezembro, o Butantan terá 46 milhões de doses disponíveis para o Ministério da Saúde. Então é muito promissor”, afirmou o diretor, que também lembrou que cabe ao Ministério da Saúde investir na produção da CoronaVac para que o imunizante seja fornecido no Sistema Único de Saúde (SUS) ainda em 2020.

Reprodução

A CoronaVac foi desenvolvida inicialmente pela farmacêutica chinesa Sinovac. Imagem: Cadu Rolim/Shutterstock

Covas aproveitou para comentar sobre a suspensão dos testes de eficácia da vacina de Oxford após um dos voluntários apresentar uma reação adversa séria. Vale lembrar que o governo federal já encomendou 100 milhões de doses do imunizante. Por isso, para o diretor do Instituto Butantan, o ideal para o Brasil é contar com mais de uma vacina contra o novo coronavírus.

“Eu sinceramente gostaria que as outras vacinas também se desenvolvessem muito rapidamente. O Brasil, [com] 200 milhões de habitantes, precisará de muitas vacinas, uma só não será suficiente para a imunização de toda a população”, disse Dimas Covas. “E enfatizando, isso não é uma corrida entre vacinas, é uma corrida para proteger a população”, completou.

Investimento para aumentar a capacidade de produção

Segundo Covas, o Instituto Butantan está pleiteando, com o governo federal, um investimento de R$ 1,9 bilhão, valor que seria convertido para a expansão da produção da CoronaVac, a fim de que chegasse a 100 milhões de doses em abril de 2021.

“O recurso adicional que vier do Ministério [da Saúde] será investido no aumento da capacidade de entrega de vacinas”, afirmou o diretor. “O ressarcimento dos custos de produção dessas vacinas, se vier de forma adequada, permitirá um aumento da produção. 46 milhões [de doses] já estão contratadas, já vamos receber. Estamos falando de volumes de vacinas adicionais a esse e podemos chegar a até 100 milhões em abril, maio, se assim o Ministério da Saúde demandar”, acrescentou.

Via: Uol

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital