O Facebook estuda retardar a disseminação de conteúdos virais até que moderadores da plataforma possam analisar o material em busca de possíveis desinformações. A estratégia atende a uma recomendação de um relatório do Center for American Progress (CAP) sobre medidas para enfrentar notícias falsas relacionadas à pandemia do novo coronavírus.

A proposta sugere que a rede social adote uma ferramenta para impedir automaticamente que os algoritmos da plataforma multipliquem o alcance de publicações que disparam em números de visualizações e compartilhamento em um curto período. Segundo o The Verge, representantes do Facebook disseram que a companhia trabalha em um método semelhante e planeja implementar a iniciativa em breve.

Em tese, o método pode fornecer mais tempo aos moderadores de conteúdo do Facebook para revisar se as postagens apresentam algum tipo de desinformação antes que elas sejam consumidas por milhões de usuários. O Facebook já compartilha informações sobre quais conteúdos apresentam comportamento viral com parceiros de checagem de fatos. Entretanto, muitas das publicações são classificadas após uma ampla disseminação na plataforma.

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Recentemente, o Facebook passou a classificar a desinformação de conteúdos promovidos por políticos e agentes públicos. Imagem: Reprodução

Enfrentamento

A pandemia do novo coronavírus ressaltou os desafios do Facebook em conter a disseminação de conteúdos enganosos na plataforma. A empresa destacou ao The Verge que já removeu ao menos sete milhões de publicações com desinformações relacionadas à Covid-19, incluindo postagens de líderes de governo.

A empresa ainda alega que apontou a desinformação de mais de 98 milhões de publicações com a ajuda de agências de checagem de fatos. Somente em abril, foram classificados mais de 50 milhões de conteúdos. A rede social também destaca que instituiu um centro de informações sobre a Covid-19 que encaminha links de conteúdos confiáveis para os usuários. Segundo a rede social, mais de 660 milhões de pessoas acessaram a ferramenta.

Entretanto, um relatório de autoria da organização sem fins lucrativos Avaaz, publicado nesta quarta-feira (19), aponta que conteúdos falsos sobre vacinas e outros tópicos relacionados a saúde foram visualizados 3.8 bilhões de vezes na plataforma. O índice é quatro vezes superior ao número de visualizações de conteúdos informativos de autoridades de saúde.

A pesquisa ainda indicou que apenas 16% das informações médicas falsas postadas na rede social são capturadas pelos filtros da plataforma. Os 84% restantes não são rotulados e continuam circulando livremente na rede social. Os dados do estudo remetem ao período entre maio de 2019 e maio de 2020. Vale lembrar que o Facebook anunciou a política de excluir anúncios de ‘curas milagrosas’ na plataforma somente a partir de fevereiro deste ano. 

Via: The Verge