Estudo reforça a possibilidade de imunidade para curados da Covid-19

Pesquisa feita na China apontou que, apesar da resposta imune ao novo coronavírus variar de acordo com a gravidade da doença, eventualmente todos os pacientes apresentaram o mesmo nível de anticorpos
Renato Mota01/05/2020 17h34

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Um estudo feito em 285 pacientes com a Covid-19 apontou que 100% deles apresentou, após 19 dias do início dos sintomas, resultado positivo para os anticorpos imunoglobulina G (IgG) e/ou Imunoglobulina M (IgM). O resultado da pesquisa, publicada na Nature Medicine, é um indicativo de que pessoas que foram infectadas com o Sars-Cov-2, e se curaram, devem ficar imunes contra o vírus pelo menos temporariamente.

Embora houvesse uma grande variação no tamanho da resposta imune entre os indivíduos estudados – casos mais graves (com dificuldade respiratória) tinham mais anticorpos – a diferença foi desaparecendo no decorrer do acompanhamento e todos os pacientes apresentaram níveis semelhantes.

Os dados ainda reforçam a importância do teste sorológico para o diagnóstico de pacientes suspeitos, mas com resultados negativos no RT-PCR, e para a identificação de infecções assintomáticas.

“Os dados estão muito alinhados com estudos já publicados”, avalia Eleanor Riley, professora de imunologia e doenças infecciosas da Universidade de Edimburgo. “É interessante observar que 7 de 148 casos assintomáticos ou negativos de PCR apresentaram os anticorpos, o que sugere que a infecção assintomática ocorreu em cerca de 5% dos casos confirmados. No entanto, não houve acompanhamento além de um mês, portanto, este estudo não nos ajuda a entender a durabilidade da resposta de anticorpos”, explica Riley.

Em sua conta no Twitter, o biólogo brasileiro Atila Iamarino classificou a notícia como “excelente”, e disse que mesmo que a imunidade seja temporária, “a proteção por um ano ajuda a conter a pandemia”.

“Todos terem anticorpos também indicam que exames que detectam anticorpos contra o vírus, os testes rápidos, têm o potencial de detectar todo mundo que foi infectado. Ficamos só com o erro dos exames, o que já é ótimo. Se nem todo mundo fizesse anticorpo, casos seriam perdidos”, completou o biólogo.

Editor(a)

Renato Mota é editor(a) no Olhar Digital