Mais um estudo publicado tem indícios de que a vacina BCG, obrigatória no Brasil, pode contribuir no combate à Covid-19. Uma pesquisa divulgada na revista científica Cell Reports Medicine mostra que a medicação, atualmente usada principalmente para combater a tuberculose, pode ter um efeito estimulante geral no sistema imunológico, combatendo outras doenças infecciosas, incluindo a causada pelo novo coronavírus.

Não é de hoje que cientistas estudam a eficácia da vacina BCG no combate à Covid-19: pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) já fazem experimentos com ela, e um estudo publicado na semana passada eve resultados positivos ao avaliar o impacto do medicamento.

Para o novo estudo, cientistas da Universidade de Radbound, na Holanda, analisaram um grupo de voluntários que recebeu a vacina entre abril de 2017 e junho de 2018, e compararam as diferenças no sistema imunológico com voluntários que não foram vacinados. A conclusão foi de que os vacinados não apresentaram mais sintomas, não ficaram doentes e nem tiveram problemas graves de saúde durante a primeira onda da pandemia na Holanda em relação aos não-vacinados.

Não significa, no entanto, que a vacina crie imunidade à doença, como explicou Mihai Netea, um dos cientistas envolvidos no estudo. “É importante confirmar que alguém que recebeu a vacina BCG não experiencia sintomas graves durante a pandemia da Covid-19. Apesar de termos visto menos pessoas vacinadas doentes, apenas um estudo mais aprofundado da vacinação BCG pode determinar se ela pode de fato ajudar.”


Marca deixada pela aplicação da BCG. Imagem: Reprodução

Portanto, por mais animadores que sejam os estudos recentes envolvendo a vacina BCG, é cedo para cravar a eficácia dela no combate à Covid-19. De qualquer forma, a vacina é obrigatória no Brasil desde os anos 1970, e é bastante provável que você já tenha recebido: ela costuma deixar uma marca no braço dos vacinados, como na foto acima.

Via: MedicalXpress