Drone será usado para detectar pessoas com sintomas de Covid-19 nos EUA

Tecnologia que identifica quem está com febre ou tosse será usada no estado de Connecticut
Fabiana Rolfini23/04/2020 18h45, atualizada em 23/04/2020 18h54

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O estado norte-americano de Connecticut pretende testar uma nova forma para controlar a propagação do coronavírus na região. Trata-se de um ‘drone pandêmico’ fabricado pela Draganfly, capaz de detectar, a uma distância de até 60 metros, pessoas com sintomas da doença, tais como febre e tosse.

A tecnologia será usada pelo departamento de polícia de Westport para “fornecer um melhor suporte de monitoramento de saúde para potenciais grupos de risco” e diminuir a curva da pandemia na comunidade.

Segundo o chefe de polícia, Foti Koskinas, um dos maiores obstáculos na luta contra o vírus tem sido determinar até que ponto ele se espalhou na comunidade, e um drone pode ajudar a resolver esse problema. “Com essa tecnologia, nossos oficiais terão informações e dados de qualidade necessários para tomar a melhor decisão em qualquer situação”, afirmou.

Westport é uma pequena comunidade de 29 mil habitantes que registra, até então, 198 casos de coronavírus e cinco mortes. Já Connecticut tem mais de 20 mil casos e mais de 1,4 mil óbitos.

Controvérsias no uso do drone

Apesar da utilidade do drone, especialistas questionam a eficácia e segurança da tecnologia. Para David McGuire, diretor executivo da ACLU de Connecticut, são necessárias mais informações sobre quais dados o drone coletará e se eles serão armazenados ou até vendidos.

“Devemos reconhecer que a tecnologia não é uma pílula mágica para conter a pandemia. As cidades e o estado devem ter cuidado com empresas que usam a doença como uma oportunidade de comercializar seus produtos e criar futuras oportunidades de negócios”, alertou.

Reprodução

McGuire também expressou dúvidas de que a tecnologia do drone poderia detectar com precisão se os sintomas de uma pessoa estão relacionados ao vírus. Isso porque algumas pessoas com o vírus são assintomáticas, enquanto outras que têm febre ou tosse podem não estar infectadas.

Joseph Fair, virologista e epidemiologista, expressou uma visão semelhante à NBC News em março, dizendo que “as verificações de temperatura são coisas que geralmente fazemos com muita cautela”. Segundo ele, o uso do drone faz com que as pessoas se sintam passando por algum tipo de triagem, mas com eficácia muito limitada.

Via: NBC News

Fabiana Rolfini é editor(a) no Olhar Digital