Covid-19: ritmo de contágio no Brasil permanece abaixo de 1

Está é a quinta semana consecutiva que a taxa de transmissão da doença no País parece estar desacelerando; média nacional, porém, pode esconder cenários regionais diversos
Renato Mota27/10/2020 18h45

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O monitoramento do Imperial College de Londres vem registrando uma queda na taxa de transmissão do novo coronavírus no Brasil, e pela quinta semana consecutiva o País se manteve com o número (Rt) abaixo 1. Isso pode significar que o contágio da Covid-19 está em desaceleração.

O cálculo do Imperial College foi feito a partir das estatísticas brasileiras compiladas até a última segunda-feira (26). Na última semana, o Brasil contabilizou 3.257 mortos, com uma projeção de 2.920 a 3.630 novos óbitos para esta semana. A taxa de contágio está em 0,98, ou seja, cada grupo de 100 infectados passa a doença para 98 pessoas.

Para todos os índices, os pesquisadores do Reino Unido acrescentam que “a notificação de mortes e casos no Brasil está mudando; os resultados devem ser interpretados com cautela”. Existem dois motivos para que o Imperial College peça prudência na interpretação dos números: o tempo de incubação do vírus (que leva, em média, duas semanas) e o atraso nas notificações de casos no País.

“A precisão dessas previsões varia com a qualidade da vigilância e dos relatórios em cada país. Usamos o número relatado de mortes devido à Covid-19 para fazer essas previsões de curto prazo, pois essas são provavelmente mais confiáveis e estáveis ao longo do tempo do que os casos relatados”, explicam os pesquisadores. “Em países com relatórios insuficientes de mortes, essas previsões provavelmente representarão uma subestimativa, enquanto as previsões para países com poucas mortes podem não ser confiáveis”.

Imperial College/Reprodução

O Brasil em comparação com outros países da América do Sul, em termos de mortes, casos e notificações. Imagem: Imperial College/Reprodução

Por representar uma média nacional, a taxa de contágio calculada pelo Imperial College não leva em conta cenários regionais. A partir de dados das secretarias de Saúde estaduais, observa-se, porém, que oito estados apresentaram altas nas mortes (Acre, Amazonas, Amapá, Ceará, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina), enquanto outros dez estão estáveis e os nove restantes apresentam queda. De acordo com o portal G1, um levantamento com dados do Ministério da Saúde ainda aponta uma queda na quantidade de testes entre agosto e setembro.

Entre os 72 países avaliados (não estão inclusos, por exemplo, Estados Unidos e China), o Brasil foi o segundo em número de mortes – a Índia liderou com 4.503 óbitos. A taxa de contágio está mais alta na Eslováquia (2,54), Azerbaijão (1,93), Itália (1,80), Suíça (1,77) e Eslovênia (1,75) – os cinco primeiros da lista em que o Brasil está em 60º.

Via: G1

Editor(a)

Renato Mota é editor(a) no Olhar Digital