Na manhã desta terça-feira (17), o governo de São Paulo publicou no Diário Oficial um decreto que prorroga a quarentena no Estado até o dia 16 de dezembro. A medida foi tomada pelo governador João Dória (PSDB-SP) após ser constatado um aumento no número de internações provenientes de infecção pelo novo coronavírus.
A ordem abre possibilidade para a reativação dos termos previstos em outro decreto (nº 64.879, de março), que prevê a suspensão das atividades consideradas não essenciais e o fechamento de estabelecimentos comerciais dessa categoria. Em vários países, a chamada “segunda onda” da doença trouxe efeitos similares de prevenção a novos casos.
“A falta de informações sobre casos e óbitos, durante seis dias da semana passada, causada por pane no sistema do Ministério da Saúde, estará solucionada nesta semana, mas afetou a normalização dos dados em todo o Brasil, aqui em especial”, disse Doria em coletiva de imprensa. O governador afirmou que foi detectado um aumento de 18% no volume de infecções.
Governador de São Paulo, João Dória, citou “cautela” ao decretar prorrogação da quarentena no Estado. Imagem: Agência Brasil/Reprodução
Entretanto, tal porcentagem pode estar defasada, pois, de acordo com o governador, houve uma falha no sistema federal de atualização dos dados na última semana. “Pelos indicadores disponíveis, a maioria [das regiões de São Paulo] seria promovida para a fase verde. Porém, indicadores de leitos de UTI e internações, sob responsabilidade do governo de São Paulo, cresceram em relação à semana anterior. O momento requer precaução para uma análise mais completa. Cautela e cuidado”, acrescentou.
A situação já vinha sendo levantada antes mesmo do governador se pronunciar. Entre quinta (12) e sexta-feira (13) da semana passada, o Hospital Israelita Albert Einstein havia comunicado publicamente um aumento no número de internações em suas estruturas, bem como uma ampliação no volume de testes realizados que resultaram em diagnóstico positivo para a Covid-19.
Em entrevista ao Uol, o secretário de saúde do Estado de São Paulo, Jean Gorinchteyn, disse que a maior parte dos infectados está na idade adulta, entre as classes A e B. Este nicho de público é o que mais apresentou retorno às ruas após as flexibilizações da primeira quarentena.
Fonte: Uol