A Johnson & Johnson está prestes a iniciar os testes da fase 3 da sua vacina contra o coronavírus. De acordo com números publicados em um banco de dados de ensaios clínicos dos EUA, a empresa pretende testar 60 mil voluntários a partir de setembro.

Além de 180 cidades americanas, México, Brasil e outros países vão participar dos testes. Aqui, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a realização e afirma que serão 7 mil voluntários de São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Paraná, Minas Gerais, Bahia e Rio Grande do Norte.

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“Podemos confirmar que o planejamento e o recrutamento estão em andamento para nosso programa de fase 3, que está sujeito aos dados provisórios dos testes das fases 1 e 2 e à aprovação dos reguladores”, afirmou um porta-voz da Johnson & Johnson. Ainda segundo ele, os testes devem ser encerrados no fim de setembro, com as primeiras vacinas disponíveis no início de 2021.

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Unidade de pesquisas médicas da Johnson & Johnson na Califórnia. Foto: Mark Ralston/AFP

Resultados positivos em macacos

No fim de julho, foi publicado na revista Nature o resultado da fase pré-clínica da vacina com macacos rhesus. Os animais foram submetidos a uma dose única do composto e depois foram expostos diretamente ao vírus; neste processo, a vacina se mostrou capaz de proteger de forma “quase completa” as 52 cobaias.

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A vacina utiliza uma técnica que até hoje não é aplicada em nenhum outro composto em uso ativo no mundo. Assim como Oxford e CanSino, a empresa aposta em uma tecnologia de vetor viral, que utiliza um outro vírus, um adenovírus inofensivo para seres humanos, geneticamente alterado para manifestar a proteína “spike” utiliza pelo coronavírus para atacar as células. A ideia é dar ao corpo a possibilidade de criar a resposta contra a proteína antes de uma infecção pelo vírus real.

Apesar do relativo atraso em comparação com outras vacinas, a empresa tem a seu favor uma vantagem: o efeito imunizante foi alcançado com apenas uma dose, enquanto a maioria depende de duas aplicações. Isso faria uma diferença gigantesca na questão logística da vacina, já que reduziria pela metade a produção, reduzindo dificuldades de transporte e o uso de equipamentos descartáveis como seringas e frascos, que podem enfrentar escassez diante da altíssima demanda.

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Via: Reuters