Covid-19: CEO da Pfizer pede ‘paciência’ no desenvolvimento da vacina

O executivo, que semanas atrás prometeu os primeiros resultados ainda em outubro, afirmou em uma videoconferência que dificilmente terá um anúncio antes da terceira semana de novembro
Renato Mota27/10/2020 21h46

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O presidente-executivo da Pfizer, Albert Bourla, disse nesta terça-feira (27) ainda não tem dados da fase final do ensaio da vacina da Covid-19 que está desenvolvendo em parceria com a BioNTech. De acordo com o executivo, mesmo que ela seja aprovada, levaria pelo menos uma semana para que um anúncio oficial fosse feito ao público.

Essa declaração, feita em uma teleconferência com acionistas da empresa, pode representar um golpe na campanha para reeleição do presidente norte-americano Donald Trump – que havia prometido uma vacina para os Estados Unidos antes do dia da votação, 3 de novembro. A Pfizer disse que ainda não houve infecções suficientes no teste de 44 mil voluntários para iniciar uma análise sobre se a vacina funciona ou não.

“Em caso de uma leitura conclusiva, positiva ou negativa, informaremos o público assim que concluirmos o trabalho administrativo necessário, que estimamos ser concluído em uma semana a partir do momento em que soubermos”, disse Bourla, que por semanas aventou a possibilidade de divulgar os resultados iniciais da vacina contra o coronavírus ainda em outubro.

Pfizer/Divulgação

Albert Bourla, presidente e diretor executivo da Pfizer. Imagem: Pfizer/Divulgação

A Pfizer é uma das quatro empresas com grandes ensaios clínicos em estágio final em andamento nos EUA. “Sejamos muito pacientes – eu sei o quanto os níveis de estresse estão crescendo”, disse Bourla. “Eu sei o quanto a vacina é necessária para o mundo”, comentou o executivo, garantindo que a questão política não é um dos motivadores da companhia. “Esta não é uma vacina republicana ou democrata”, completou.

O protocolo do estudo da vacina permite uma análise inicial dos resultados depois que pelo menos 32 pessoas em cada um dos grupos estudados (entre os que receberam a dose e o placebo) desenvolveram o Covid-19. Se mais de 26 dessas pessoas estiverem no grupo de placebo, a vacina é considerada provavelmente eficaz. Porém, o número ainda não foi atingido.

E mesmo que a Pfizer obtenha os resultados iniciais dos testes, diretrizes da Food and Drug Administration (FDA, a “Anvisa” dos EUA) determinam que os desenvolvedores da vacina entreguem os dados de segurança por pelo menos dois meses depois que metade dos participantes do estudo tenham recebido a segunda dose. De acordo com a Pfizer, esse estágio não acontecerá antes da terceira semana de novembro.

Via: New York Times/Reuters

Editor(a)

Renato Mota é editor(a) no Olhar Digital