Coronavírus: USP cria projeto de ventilador pulmonar de baixo custo

Objetivo é apoiar a manufatura de fabricantes autorizadas com produtos mais simples, baratos, porém funcionais
Redação30/03/2020 23h08, atualizada em 31/03/2020 00h30

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Pesquisadores da Escola Politécnica da USP (Poli) trabalham em projeto de ventilador pulmonar mecânico com custo reduzido para apoiar o atendimento à  demanda de respiradores frente à epidemia de Covid-19.

Segundo informações do Jornal da USP, um ventilador pulmonar convencional no mercado custa no mínimo R$ 15 mil, enquanto a iniciativa dos pesquisadores da Poli permitirá produzir equipamentos por apenas R$ 1 mil.

Os aparelhos são essenciais para tratar casos graves de infecção, nos quais os pacientes podem sofrer de insuficiência respiratória devido aos danos provocados pelo vírus nos pulmões.

A finalidade da iniciativa, porém, não consiste em produzir os respiradores na universidade, mas subsidiar a manufatura por fabricantes autorizadas pela Anvisa. O órgão regulador exige que as instituições tenham certificação para fabricar equipamentos médicos, odontológicos ou hospitalares.

Projeto simples

Embora considerado simples pelos próprios pesquisadores, o projeto, denominado Inspire, mantém as funcionalidades de respiradores convencionais usados em redes hospitalares, como controle de amplitude do pulmão, frequência do ciclo respiratório, controle do tempo de inspiração e expiração e mistura de ar com oxigênio.

“Nosso projeto oferece as funcionalidades consideradas necessárias ao tratamento da Covid-19 aliadas à simplicidade e à velocidade de manufatura” disse o engenheiro e coordenador do projeto Raul Gonzalez Lima, ao jornal da USP. Ele ainda cita que o trabalho prevê também o uso de softwares, com a possibilidade de agregar sistemas desenvolvidos na própria USP.

Reprodução

De acordo com Lima, as características do projeto deve viabilizar a construção de alguns milhares de ventiladores a partir de três semanas, além disso os parâmetros básicos do produto já estão todos concluídos.

A ideia é acionar uma rede de colaboradores que envolve também organizações privadas. Para isso, o grupo divide-se em uma equipe responsável pela tecnologia e outra com a tarefa de buscar fornecedores, montadores e financiadores para a iniciativa.

“Caso a necessidade de ventiladores seja maior do que os fabricantes dos equipamentos nacionais consigam manufaturar, estaremos prontos para produzir em poucas semanas. A expectativa é atender o pico da demanda provocado por esta pandemia”, avalia Gonzalez.

Com 4.579 casos confirmados e 159 mortes provocadas pela Covid-19 até então, o Brasil possui atualmente cerca de 61 mil respiradores em operação nas redes pública e privada de saúde. O governo ainda deve reforçar a quantidade com mais 20 mil ventiladores pulmonares.

Fonte: Jornal da USP/Inspire

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital