Com a crescente necessidade de distanciamento social e isolamento causada pela pandemia do novo coronavírus, pedidos para que o acesso à internet seja gratuito voltaram a aparecer. Os defensores dessa pauta afirmam que isso deveria ser considerado um direito humano e um direito universal.
A causa é apoiada por organizações como o Citizens Online, uma instituição de caridade que faz campanhas contra a exclusão digital. A instituição solicitou ao governo do Reino Unido que o acesso à internet fosse gratuito para todos no país durante a pandemia da Covid-19.
A organização argumenta que pessoas mais velhas já tinham maior probabilidade de experimentar desigualdade antes do surto. Segundo estudos do governo britânico, mais de um terço dos idosos com mais de 65 anos e mais da metade daqueles acima de 75 anos nunca haviam usado a internet, ou não usaram nos últimos três meses. Além disso, idosos também têm menos probabilidade de ter acesso à internet e possuir habilidades digitais básicas, principalmente se estiverem economicamente vulneráveis.
Cada vez mais essencial
O Conselho de Direitos Humanos da ONU aprovou, em 2016, uma resolução enfatizando que “os mesmos direitos que as pessoas têm offline também devem ser protegidos online”.
Um estudo publicado em novembro de 2019 argumenta que o acesso à internet é um direito humano moral e, portanto, deve ser fornecido pública e gratuitamente a quem não puder pagar. Agora, partidos políticos estão começando a concordar.
Na Alemanha, o financiamento do acesso à internet tornou-se parte dos benefícios mínimos de bem-estar de seus cidadãos. No Reino Unido, o Partido Trabalhista prometeu internet gratuita a todos os lares britânicos até 2030, mas os planos foram cancelados após um desempenho catastrófico nas eleições gerais do ano passado.
Porém, mesmo que essas ideias voltassem, ainda enfrentariam grande oposição. Vint Cerf, muitas vezes chamado de “pai da internet”, argumentou que a tecnologia é um facilitador de direitos, não um direito em si. Políticos da oposição e provedores de banda larga, por sua vez, insistem que essa mudança seria muito cara e levaria a muitos desempregos no setor privado.
Entretanto, conforme cinemas, teatros, museus, universidades, clubes e bares fecham as portas, pessoas de todo o mundo passam a viver suas vidas online. O argumento de que o acesso à internet é uma necessidade e não uma escolha nunca foi tão atraente quanto durante uma quarentena. A internet gratuita, caso alcançada, pode ser uma boa notícia em meio a tantos problemas causados pela pandemia da Covid-19.
Via: The Next Web