A pandemia do novo coronavírus já infectou mais de 204 mil pessoas e provocou 8.244 mortes, em 157 países e regiões, segundo o painel de monitoramento da Universidade de Johns Hopkins. O Brasil, até esta quarta-feira (18), apresentava 350 casos confirmados e duas mortes.

O quadro leva cada vez mais nações a tomar medidas focadas em frear a disseminação da doença em seus territórios, como a França, que fechou as fronteiras e restringiu a circulação de pessoas a partir desta terça-feira.

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De acordo com uma reportagem do UOL, no entanto, os casos de alguns países e regiões relativamente bem sucedidos no combate ao vírus apontam que a velocidade da tomada de decisão, o isolamento de infectados, o distanciamento social, a execução de testes e a promoção de medidas de higiene são estratégias fundamentais para enfrentar a pandemia.

Tomada de decisão

Antes mesmo antes da primeira transmissão local, Taiwan adotou medidas de prevenção contra a epidemia do coronavírus. Já em janeiro, a nação iniciou os testes em aeroportos de todos os passageiros vindos de Wuhan — cidade chinesa considerada o primeiro epicentro da epidemia.

Após mais de três meses do início do surto, Taiwan apresenta 100 casos e uma morte confirmada pela doença, apesar de ser vizinha da China.

Segundo a reportagem, o país ainda centralizou a coordenação de exercícios de prevenção e investigação do vírus em um comando central de epidemias instalado desde 2003, depois da disseminação do SARS no país.

Testes clínicos

Com mais de 8,4 mil infectados, a Coreia do Sul registrou 84 mortos, uma taxa de letalidade próxima a 1% e bastante inferior aos quase 8% na Itália, a título de comparação.

O país asiático se destacou por realizar mais de 10 mil testes diários para detecção do novo coronavírus, inclusive em paciente sem sintomas graves da doença.

De acordo com o The New York Times, enquanto a Itália testou cerca de 2 mil a cada 1 milhão de habitantes, esse índice na Coreia ultrapassa 5 mil.

O diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou recentemente que esse fator foi decisivo para a contenção da epidemia no país e o fato de não testarem somente pacientes graves contribui para estatísticas mais precisas a respeito da epidemia.

Distanciamento Social

Hong Kong corresponde a um território autônomo no sudeste da China, onde vivem 7,5 milhões de pessoas. Apesar da proximidade do epicentro da Covid-19, foram confirmados apenas 155 casos e 4 mortes.

A exemplo de Taiwan, Hong Kong iniciou em janeiro o monitoramento de possíveis infectados em aeroportos. No mesmo mês, já orientou a adesão ao trabalho remoto, o fechamento de escolas e o cancelamento de eventos sociais. Neste sentido, a tomada de decisão rápida foi fundamental, de acordo com os especialista ouvidos pelo UOL.

Outro caso é Cingapura, que embora não tenha cancelado as aulas devido aos impactos sociais e econômicos, passou a monitorar o estado de saúde de todas as crianças e adultos, diariamente.

Isolamento

Ao passo que os testes e as medidas de monitoramento detectam infectados com o novo coronavírus, é essencial o isolamento dos pacientes. Nesse sentido, Taiwan adotou medidas fundamentais. O país estabeleceu multas de até US$ 3 mil para habitantes que desrespeitarem a determinação de isolamento.

Além disso, desenvolveu entrevistas com infectados e até a revisão de imagens de câmeras no transporte público para localizar e determinar a quarentena de pessoas que tiveram contato com infectados.

No Brasil, medidas semelhantes foram tomadas recentemente. Nesta terça-feira (17), o ministro da Justiça, Sergio Moro, concedeu poder de polícia a autoridades de saúde para que possam determinar o isolamento de pacientes infectados.

Medidas de higienes

Em Taiwan, as autoridades reforçaram a limpeza de espaços e equipamentos públicos e promoveram campanhas de medidas de higiene na internet.

Para especialistas ouvidos pelo UOL, embora essas práticas chamem menos atenção perto das medidas restritivas, elas cumprem um papel importante no combate à pandemia.

Além disso, no caso de Taiwan, Singapura e Hong Kong a epidemia de SARS, no início do século, contribuiu para autoridades locais promoverem o uso constante de gel antibacteriano e máscaras faciais mesmo na ausência de um quadro de crise.

Fonte: UOL