Elon Musk estava entre as celebridades que funcionários do governo Trump consideraram para uma campanha publicitária cujo objetivo era “derrotar o desespero e inspirar a esperança” a cerca do novo coronavírus.

De acordo com documentos divulgados pelo Comitê de Supervisão da Câmara, a ação “Helping the President will Help the Country” seria financiada pelo contribuinte americano, consumindo nada menos que US$ 300 milhões, mas nunca saiu do papel.

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Cerca de 250 celebridades foram avaliadas para fazerem parte da ação, e o status de Musk na lista de participantes encontrava-se como “resposta pendente”.

No documento do Comitê, ao lado do nome do CEO da Tesla e da SpaceX, no campo de observações, consta que Musk se classifica como metade democrata, metade republicano.

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Provavelmente a observação se refere a um tuíte de Musk, de 2018: “Eu não sou um conservador. Sou registrado independente e politicamente moderado. Não significa que sou moderado em todos os problemas. Questões humanitárias são extremamente importantes e não entendo a razão de não ser importante para todo mundo.”

 

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No início da pandemia, Musk expressou ceticismo sobre o coronavírus, chamando de fascistas as orientações de isolamento social, espalhando relatos desacreditados sobre o vírus, questionando informações sobre sua propagação e, em certo momento, dizendo que o pânico sobre o vírus — que já matou mais de 1,1 milhão de pessoas em todo o mundo — era exagero.

Mas Musk discordou publicamente das posições do presidente Trump e renunciou de dois conselhos consultivos a presidência, depois que o líder americano anunciou que os EUA se retirariam do acordo climático de Paris.

Triagem da campanha

A lista de celebridades que a Casa Branca planejava abordar para a campanha publicitária é no mínimo, diversificada. Do Vale do Silício a Hollywood, com atores, cantores e personalidades influentes. Não está claro, no entanto, em que fase a maioria das discussões chegou.

A lista da Casa Branca inclui Sean Penn e Jay-Z (ambos listados como “talvez”), Beyoncé (“resposta pendente”) para apelar para negros americanos, e Cardi B (“resposta pendente”). As razões para a rejeição da lista incluíram críticas passadas ao presidente Trump, como Billie Eilish, que não é uma apoiadora de Trump e o considera um destruidor do país de tudo o que importa. 

Outros foram rejeitados pela equipe da Casa Branca por concordarem com questões da “esquerda liberal”, como o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

 

 The Politico/Reprodução

Centenas de celebridades foram consideradas para uma campanha publicitária do coronavírus financiada pelo contribuinte americano. Imagem: The Politico/Reprodução

 

De acordo com o gráfico, a cantora Christina Aguilera é uma democrata, liberal e apoiadora dos direitos dos gays. Já Justin Timberlake endossou publicamente Obama e apoia o casamento gay.

O secretário de Saúde e Serviços Humanos, Alex Azar, ordenou, desde então, uma revisão da campanha. Democratas da Câmara, incluindo Maloney; James Clyburn (D-SC), presidente do subcomitê seleto sobre a crise do coronavírus; e Raja Krishnamoorthi (D-IL), presidente do subcomitê de política econômica e de consumo; escreveram uma carta a Azar criticando o governo Trump.

“Sua falha em fornecer os documentos que solicitamos – especialmente à luz das informações que aprendemos com os empreendedores – parece ser parte de um encobrimento para ocultar o uso indevido da Administração Trump de centenas de milhões de dólares de contribuintes para fins políticos partidários antes da próxima eleição. Além disso, direcionar os fundos dos contribuintes para amigos e aliados de funcionários”, diz a carta.

Apenas dez das celebridades receberam aprovação final da administração, mas a campanha não chegou a acontecer, de acordo com um comunicado de imprensa da presidente do Comitê de Supervisão e Reforma da Câmara, Carolyn B. Maloney (D-NY).

 

Fonte: The Verge