Diversos países se esforçam para encontrar maneiras para combater o novo coronavírus. A comunidade científica brasileira não é diferente, já que está mobilizada a tentar descobrir a maneira mais eficaz para isso.

De acordo com balanço feito pela Comissão Nacional de Ética e Pesquisa (Conep) – órgão ligado ao Ministério da Saúde, que é responsável por autorizar pesquisas que envolvam pessoas – atualmente, no Brasil, há pelo menos 76 estudos que tem como objetivo entender o comportamento da doença.

Do total, 21 são ensaios clínicos que buscam possíveis tratamentos. Desse número, dez são voltados para testes com cloroquina e hidroxicloroquina. Os medicamentos, conhecidos por propriedades antimaláricas, têm efeitos colaterais diversos. O mais conhecido deles, e que fez com que um estudo em Manaus fosse interrompido, é a arritmia cardíaca.

Dos dez estudos, três vão trabalhar o uso isolado da cloroquina; enquanto os outros sete vão realizar pesquisas para determinar a eficácia do medicamento associado ao antibiótico azitromicina. Além dos remédios citados, o balanço mostra estudos sendo realizados com antibióticos, corticoides, plasma convalescente (retirado de pessoas que se recuperaram da doença) e até células-tronco mesenquimais.

Pesquisas pelo Brasil

Os 21 ensaios, propostos por 17 instituições de pesquisa de cinco estados, vão contar com a participação de mais de oito mil pacientes. Entre os locais de pesquisa, estão instituições como a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Hospital Albert Einstein e a Faculdade de Medicina da USP.

O teste coordenado pela Fiocruz, por enquanto, é o mais abrangente. Isso porque ele vai verificar a eficácia de quatro tratamentos contra o novo coronavírus. Além da cloroquina e da hidroxicloroquina, os pesquisadores vão utilizar o remdesivir, o lopinavir e o ritonavir. Os quatro já foram citados em exemplos anteriores de eficácia, mas ainda exigiam testes mais amplos.

Esse trabalho de pesquisa faz parte do esforço mundial, coordenado pela Organização Mundial da Saúde, para testar esses quatro possíveis tratamentos em todo o mundo. Estima-se que o teste da Fiocruz vai abranger 18 hospitais espalhados por 12 estados brasileiros. A expectativa é alcançar 1.200 pessoas.

Via: Estado de São Paulo