Anticoncepcionais podem amenizar sintomas da Covid-19, diz estudo

O responsável é o estrogênio, hormônio feminino que passa a ser menos produzido após a menopausa; artigo científico ainda precisa ser revisado por pares
Redação07/08/2020 19h30, atualizada em 07/08/2020 19h59

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De acordo com um estudo feito por cientistas da King’s College de Londres, no Reino Unido, mulheres que tomam pílulas anticoncepcionais têm 13% menos chances de desenvolver sintomas graves quando infectadas pelo coronavírus.

Para o estudo, realizado entre maio e junho deste ano, os pesquisadores analisaram os dados de mais de meio milhão de mulheres do Reino Unido, todas cadastradas no Covid Symptom Study (Estudo de Sintomas da Covid, em tradução para o português), um aplicativo desenvolvido justamente para rastrear casos da doença.

O estudo mostrou que as taxas elevadas de estrogênio, o hormônio feminino, podem ser as responsáveis pelo efeito protetor que ameniza os sintomas da Covid-19. Isso explicaria por que os homens no geral e as mulheres na pós-menopausa – ou seja, com, em média, mais de 45 anos – são os mais afetados.

Reprodução

A menopausa provoca ondas de calor momentâneas. Imagem: Reprodução

Por isso, mulheres entre 45 e 50 anos apresentaram maior risco quando infectadas e relataram sintomas mais graves, como anosmia – a perda do olfato -, febre e tosse persistente, o que levou esse grupo a apresentar maior necessidade de tratamento hospitalar com oxigênio se comparado às demais mulheres.

Enquanto isso, mulheres de 18 a 45 anos contaminadas pelo coronavírus relatam sintomas mais amenos da doença, bem como uma taxa de hospitalização muito menor.

Ainda segundo o estudo, o estrogênio interage com o sistema imunológico, influenciando na quantidade de células que essa barreira produz como reação às infecções que afetam o corpo – daí a hipótese de que é, de fato, o hormônio feminino que pode auxiliar pessoas com Covid-19 ao atenuar os sintomas.

Vale lembrar, no entanto, que o estudo ainda não foi revisado por pares e que, portanto, ainda não possui comprovação científica. A pesquisa foi publicada na plataforma MedRxiv, que distribui pré-publicações de artigos científicos.

Via: Seleções

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital