A eficácia de máscaras faciais contra o coronavírus; médicos explicam

Uso das máscaras é um pedido do governo chinês e cidades estão ficando sem estoque; mas lavar as mãos constantemente pode ser uma medida ainda melhor na prevenção
Redação30/01/2020 14h06, atualizada em 30/01/2020 14h30

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Com a epidemia de coronavírus se espalhando cada vez mais, os governos estão pedindo para que os cidadãos usam máscaras faciais em público para impedir a propagação do vírus. A consequência disso é uma demanda extremamente alta, deixando cidades chinesas e asiáticas praticamente sem estoque. Mas será que o uso das máscaras é realmente eficaz? Protege?

Como os especialistas ainda não sabem exatamente como o vírus é transmitido, a recomendação é que os profissionais de saúde tratem o novo coronavírus como um patógeno transportado pelo ar. Isso significa que os médicos e enfermeiros que interagem com pacientes devem usar uma máscara pesada chamada respirador N95. Eles são projetados para se ajustarem ao rosto do usuário e bloquear 95% das pequenas partículas transportadas pelo ar.

Porém, segundo o dr. William Schaffner, do Centro Médico da Universidade Vanderbilt, usar um respirador deste é um assunto sério. É necessário realizar um teste de ajuste, uma verificação para garantir que a máscara realmente vede o rosto do usuário. Embora existam máscaras N95 descartáveis, os trabalhadores também devem demonstrar que sabem vestir e usar o modelo corretamente.

Este tipo de máscara é difícil de se usar, por ser desconfortável e dificultar relativamente a respiração. Porém, “esse é o tipo de proteção que realmente funciona”, destacou Schaffner. Embora seja possível ao público geral comprar o modelo, não há recomendação das agências de saúde para o uso.

Por outro lado, as máscaras cirúrgicas comuns, aquelas mais baratas, brancas e menos desconfortáveis, não são garantia de proteção. Segundo Schaffner, “os benefícios para as pessoas são escassos. O senso geral é que elas certamente não são uma proteção absoluta”. Resumindo, elas fornecem alguma proteção, mas não são infalíveis.

Para Raina MacIntyre, pesquisadora de doenças infecciosas e professora de biossegurança na Universidade de New South Wales, essas máscaras são apenas uma barreira física contra “respingos visíveis ou borrifos de líquidos ou grandes gotas”. Apesar disso, a pesquisa de Raina mostrou que aqueles que usam as máscaras cirúrgicas para cuidar de uma criança doente em casa tinham menor risco de serem infectados. Porém, isso só acontecia caso a pessoa usasse “o tempo todo que estiver na mesma sala que a pessoa infectada”.

Quanto a usar as máscaras em locais públicos ao ar livre, Marybeth Sexton, professora de medicina na divisão de doenças infecciosas da Universidade Emory, diz que não é necessário se estiver em um país onde o risco de pegar o coronavírus seja baixo. Para a professora, a necessidade existe se a pessoa tiver alguma doença respiratória e precise ir ao médico.

Independente de qual local está, há uma recomendação que deve ser sempre levada em consideração. “Lavar as mãos com certeza”, diz Schaffner. “Constantemente. Frequentemente. O tempo todo. Verão, inverno, o que for”.

Via: NPR

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital