Startup usa balões para lançar pequenos satélites no espaço

Leo Aerospace pretende fornecer impulsos suborbitais em 2021 e missões orbitais até o fim do ano seguinte; Método pode servir como teste para futuras missões em Marte
Redação25/11/2019 17h16, atualizada em 25/11/2019 18h35

20191125025238

Compartilhe esta matéria

Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

A startup Leo Aerospace pretende utilizar algo incomum para lançar CubeSats à órbita: balões. A empresa comunicou que tem em desenvolvimento um sistema que elevará pequenas naves espaciais por meio de um foguete, lançado de um balão gigante de ar quente, de cerca de 18 mil metros acima da superfície da Terra.

Os “rockoons” tiveram seu apogeu na década de 1950, onde foram empregados em dezenas de voos suborbitais de pesquisa atmosférica. Desde então, os objetos pouco foram usados, sendo substituídos por outras tecnologias de voo espacial. Apesar disso, o aeróstato autônomo da Leo Aerospace, chamado Regulus, é muito mais avançado do que os balões de hélio de 60 anos atrás.

Além de ser autônomo, ele possui vários propulsores para manter a estabilidade e a orientação, assim como um sistema ferroviário exclusivo para o foguete de três estágios e 10 metros de comprimento. O foguete será capaz de lançar 33 quilos de carga útil para uma órbita síncrona ao sol de 550 quilômetros de altura, ou 57 quilos a uma órbita circular a 300 quilômetros, segundo informações do site da empresa.

Além disso, a Leo Aerospace planeja realizar missões suborbitais com o Regulus e um foguete de 3 metros, que será capaz transportar 100 quilos a uma altitude de 400 quilômetros. Os foguetes serão descartáveis, mas o balão foi projetado para reutilização rápida e intensa.

De acordo com o cofundador e chefe de operações e estratégia da Leo Aerospace, Bryce Prior, cada balão individual poderá realizar 100 missões. “Podemos lançar de qualquer lugar que possa caber em um contêiner de carga”, disse Prior. O engenheiro não divulgou o valor que a empresa pretende cobrar por um lançamento orbital, mas disse que o custo será provavelmente de uma a três vezes a quantia paga pelo acesso de “passeio compartilhado” em grandes foguetes, como é o caso do Falcon 9, da SpaceX.

Os clientes dos passeios compartilhados não têm controle total sobre o local onde satélites são implantados e, por isso, a Leo Aerospace oferecerá operadores de pequenos satélites que podem ser controlados com um lançamento dedicado, segundo Prior.

O plano de négocio é semelhante ao proporcionado pela Rocket Lab, pioneira em lançamentos de pequenos satélites, mas a Leo Aerospace tenciona criar um nicho, concentrando-se em naves espaciais ainda menores. A empresa possui competição no mercado com startups que desenvolvem sistemas parecidos, como é o caso da espanhola Zero 2 Infinity, que realizou seu primeiro voo de teste com foguetes em 2017.

Segundo Prior, o Regulus estará disponível como plataforma de alta altitude até meados do próximo ano, caso tudo ocorra conforme o planejado. O sistema pode ajudar engenheiros a testar a tecnologia para entrada, descida e pouso em Marte (O ar diminui consideravelmente acima da Terra, fornecendo um análogo decente da atmosfera do Planeta Vermelho).

Via: Space

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital