Na disputa acirrada pelo mercado espacial, Anthony Baker percebeu uma brecha: nenhuma empresa analisa com precisão e constância os sinais de calor emitidos por prédios e outras construções. Essa análise térmica, feita do espaço, pode indicar desperdícios de energia, horas trabalhadas em uma fábrica e emissões de poluentes, tudo em escala global. Em um mundo que empresta cada vez mais atenção ao ambientalismo, as companhias fazem compromissos e investem em equipamentos e materiais ecológicos. Mas como checar se isso realmente está funcionando? Foi com esse questionamento em mente que Baker fundou a Satellite Vu, uma startup que quer lançar um satélite para examinar o planeta com visão térmica.

“O Planet e o Google Maps mostram o que está acontecendo do lado de fora do prédio. Nós queremos mostrar o que acontece do lado de dentro”, afirmou Baker.

Para tornar a ideia possível, a empresa adquiriu os direitos exclusivos de um sensor térmico desenvolvido em Oxford para encontrar água na Lua. Os cientistas fizeram modificações nessa tecnologia para implementá-la ao satélite, diminuindo seu tamanho e aumentando a sua potência. O problema foi que a qualidade das imagens captadas pelos sensores caíram muito com miniaturização da ferramenta.

“As mudanças afetaram demais as imagens, elas ficaram distorcidas e embaçadas. Tivemos que encontrar um jeito de lidar com isso”, contou Baker.

A solução foi desenvolver um sistema que coleta informações de dúzias de imagens sequenciais e as interpreta como uma foto só, de qualidade melhorada.

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As imagens com visão térmica podem auxiliar na fiscalização de leis ambientais. Crédito: IvanSmuck/ShutterStock

O resultado disso tudo é surpreendentemente barato (ao menos em proporções de tecnologia espacial): cerca de R$ 79 milhões. A empresa afirma precisar de mais R$ 42 milhões para lançar o satélite com um plano de cobertura global.

O Mercado

Baker afirma que o principal mercado da Satelite Vu está em agências governamentais e empresas voltadas ao desenvolvimento sustentável. Leis ambientais são especialmente difíceis de serem monitoradas e métodos para checar com eficiência se elas estão sendo cumpridas andam em alta.

Essa demanda faz com que um investimento “maluco” como a construção de um satélite, se torne um pouco menos assustador e tenha mais chances de sucesso.

Resta saber se os planos da Satellite Vu vão mesmo decolar.

Fonte: Tech Crunch