A SpaceX tem até 30 dias para provar para a Comissão Federal de Comunicações dos Estados Unidos (FCC) que a constelação de satélites Starlink será capaz de fornecer serviços de internet com latência abaixo de 100 milissegundos. Caso contrário, a empresa do bilionário Elon Musk deve ser impedida de participar de uma licitação avaliada em US$ 16 bilhões para distribuir serviços de banda larga de baixa latência em zonas rurais do país.

A agência reguladora norte-americana emitiu, nesta quinta-feira (11), um relatório sobre a primeira fase do leilão que estabelece a data do certame para o dia 29 de outubro de 2020. O documento determina, no entanto, que as empresas participantes precisam submeter suas candidaturas até dia 15 do mês que vem.

A FCC diz no texto que o Starlink e outros fornecedores de banda larga com satélites na órbita baixa da Terra (LEO) apresentam vantagens em relação aos serviços dos equipamentos na órbita geostacionária, que operam em altitudes muito mais altas. O órgão, no entanto, ressalta que a latência da banda não é determinada somente pela altitude orbital e afirma que a latência também é afetada por outros fatores, como atrasos induzidos por estações de retransmissão, hubs e terminais de destino.

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A rede Starlink foi projetada para oferecer velocidades de download de até 1 gigabit por segundo. Imagem: SpaceX

Em contrapartida, a SpaceX argumenta que o ceticismo da FCC é infundado e a Starlink vai “superar facilmente o limite de 100 milissegundos da comissão para serviços de baixa latência”. A empresa espera oferecer uma latência abaixo de 20 milissegundos, uma marca próxima de uma conexão de banda larga doméstica atual.

Porém, como lembra o Engadget, a SpaceX pode até atingir a meta de latência esperada, mas sem uma rede em funcionamento, não será possível provar a capacidade de seus satélites a tempo para disputar o financiamento máximo da FCC. Ainda assim, caso reprovada, a empresa poderia se candidatar para leilões fora da categoria de baixa latência.

Starlink

Não há uma data definida para o lançamento comercial da Starlink. Ao final de abril deste ano, Elon Musk afirmou que um serviço beta privado da rede pode entrar em operação em cerca de três meses, ou seja, por volta de julho. Ele ainda disse que uma rede beta pública poderia estar disponível em meados de outubro.

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Parte da constelação de satélites Starlink fotografada no céu da Nova Zelândia. Imagem: Chris Aotearoa 

A ideia da SpaceX é oferecer serviços inicialmente nos EUA e no Canadá, e então expandir para outros mercados gradualmente. Por enquanto, a constelação de satélites conta com 482 equipamentos, posicionados a uma altitude de 550 km. A empresa, no entanto, já obteve autorização para operar 12 mil espaçonaves na LEO e pleiteia permissão para aumentar essa quantia para 42 mil.

Fonte: Engadget