SpaceX realiza lançamento de mais 60 satélites Starlink

Além disso, a empresa conseguiu recuperar uma das fases do lançamento, que poderá ser reutilizada
Luiz Nogueira19/10/2020 13h51, atualizada em 19/10/2020 14h10

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No último domingo (18), a SpaceX lançou com sucesso uma nova constelação de satélites Starlink. O foguete Falcon 9 foi o responsável por carregar os 60 dispositivos até a órbita da Terra.

Após noves minutos do lançamento, o primeiro estágio do foguete retornou à Terra, pousando em um navio, batizado de ‘Of Course I Still Love You’, no Oceano Atlântico. Com isso, será possível reaproveitar o estágio em outro envio ao espaço.

Conhecido como B1051, o estágio do foguete utilizado agora tem seis lançamentos em seu currículo. Anteriormente, esse equipamento transportou outras quatro cargas de satélites Starlink, bem como um trio de satélites de observação para o Canadá.

Por parte da SpaceX, o lançamento bem-sucedido marcou o 18º lançamento da empresa em 2020. Os próximos planos ainda não foram divulgados, mas espera-se que a companhia planeje bater o recorde registrado em 2018, em que foram feitos 21 lançamentos.

Essa conquista foi facilitada com as fases reutilizáveis dos foguetes usados pela SpaceX. Atualmente, a empresa conta com cinco desses equipamentos que já foram ao espaço e outros três reservados para próximas missões.

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SpaceX enviou mais 60 satélites para o espaço. Foto: CG Alex/ Shutterstock

Com este lançamento, a SpaceX agora conta com 800 satélites em órbita. Isso representa um marco que Musk disse que precisava ser alcançado antes que a empresa pudesse começar a oferecer o serviço.

Ainda há obstáculos regulatórios a superar e mais satélites a serem lançados antes que o serviço possa ser oferecido globalmente, mas os testes iniciais são promissores. Como resultado, a empresa planeja abrir um período de teste público em algum momento.

Constelação de satélites

Esses lançamentos fazem parte de um plano maior da SpaceX para criar uma constelação de satélites com o objetivo de transmitir internet banda larga para locais do mundo em que o sinal comum não chega. Recentemente, uma tribo dos Estados Unidos foi a primeira a participar dos testes da internet.

Além disso, a rede de satélites seria uma forma da SpaceX e de Elon Musk gerarem receita para a exploração de Marte. De acordo com o empresário, a iniciativa pode resultar em até US$ 30 bilhões por ano – embora nenhum preço oficial para o serviço tenha sido anunciado.

Atualmente, a SpaceX recebeu da Federal Communications Comission uma permissão para lançar até 12 mil satélites. No entanto, a empresa indicou que poderá lançar até 30 mil dispositivos. Isso porque a autorização deve ser estendida em breve.

Desafios da implementação

Apesar de apresentar resultados promissores, a ideia de uma constelação de satélites é bastante controversa, principalmente entre estudiosos do céu. Astrônomos utilizam o céu noturno para observar estrelas, planetas e galáxias. Quando a primeira fase da Starlink foi lançada, a visão dos pesquisadores foi obscurecida em alguns pontos.

Os envios feitos pela empresa geralmente são compostos por 60 satélites e, à medida que esse número aumenta, podem parecer com uma linha de pontos brilhantes marchando pelo céu noturno. Esses fenômenos são fotografados constantemente, até por telescópios terrestres, o que torna difícil para os cientistas discernirem se é um raio brilhante ou um envio de satélites Starlink.

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Apesar de apresentar resultados promissores, a ideia de uma constelação de satélites é bastante controversa. Foto: rafapress/ Shutterstock

Para ajudar a mitigar isso, a SpaceX tenta reduzir o brilho aparente de suas criações equipando-as com uma espécie de proteção solar. Esse visor especial ajuda a evitar que a luz do sol reflita nas partes brilhantes dos satélites.

Além disso, o grande número de objetos no espaço é um problema crescente à medida que mais envios são feitos. Por sua vez, a quantidade maior de tráfego espacial torna difícil encontrar um caminho livre para missões espaciais.

Isso, considerando o aumento previsto nas próximas décadas, pode representar um problema substancial. Inclusive, recentemente, a Estação Espacial Internacional teve de realizar manobras para evitar colisões potenciais com detritos espaciais.

Via: Space

Luiz Nogueira
Editor(a)

Luiz Nogueira é editor(a) no Olhar Digital