SpaceX diz ter descoberto o que causou explosão de seu foguete

Redação07/11/2016 13h54

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Após pedir ajuda no Twitter e até mesmo considerar a possibilidade de sabotagem, Elon Musk, o CEO da SpaceX, diz finalmente saber o que causou a explosão de seu foguete Falcon 9 em setembro. A explosão provocou também a destruição de um satélite do Facebook que estava a bordo do foguete que seria colocado em órbita por ele.

Em um discurso à National Reconnaissance Office no dia 13 de outubro, Musk disse que o problema poderia ser a temperatura do oxigênio líquido que é usado para impelir o foguete. Ontem, durante uma entrevista à CNBC, o CEO da SpaceX voltou a esse tema: segundo ele, o problema foi “oxigênio tão frio que ele entra em estado sólido”.

Oxigênio sólido

Os foguetes da SpaceX usam oxigênio líquido como parte da reação de combustão que os impele até o espaço. Para ficar em estado líquido, o oxigênio precisa ser resfriado até uma temperatura muito baixa: menos de -183ºC. Para isso, os foguetes da empresa usam vasos carregados com hélio líquido em torno dos reservatórios de oxigênio, segundo o The Verge.

Hélio líquido, por sua vez, só existe a temperaturas inferiores a -268,9ºC – perto do zero absoluto. Por ser tão gelado, o hélio líquido que circula nos vasos de fibra de carbono consegue manter o oxigênio em estado líquido também. Esse hélio também é usado para preencher e pressurizar o tanque quando o oxigênio líquido sai dele.

No entanto, é possível que o hélio líquido tenha esfriado o oxigênio o suficiente para torná-lo sólido. O oxigênio se solidifica a – 218ºC aproximadamente. O oxigênio solidificado, por sua vez, poderia ter reagido o carbono da fibra de carbono que reveste os vasos, provocando então a explosão que destruiu o foguete.

Pós-explosão

Durante a entrevista, Musk comentou que esse foi “o quebra-cabeças mais difícil que nós [a SpaceX] já tivemos que resolver”. Essa sequência de eventos que provocou a explosão foi “um problema que nunca tinha sido visto antes na história dos foguetes”, de acordo com Musk, e por isso que a empresa levou tanto tempo para resolver a questão.

Resolvida a questão, o CEO da SpaceX já pensa em voltar à programação normal de lançamentos dos seus foguetes. “Vamos estar voando novamente na metade de dezembro”, disse ele à CNBC. Ao que parece, os planos da empresa de levar humanos a Marte a partir de 2024 estão mantidos. Durante a mesma entrevista, Musk ainda argumentou que o avanço tecnológico obrigará a adoção de políticas de renda universal básica.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital