Sol destruirá asteroides ao seu redor pouco antes de morrer

Quando uma estrela está prestes a morrer, a luz irradiada é absorvida por asteroides ao redor; a longo prazo, a luz coletada causa oscilações e a destruição do objeto
Luiz Nogueira13/02/2020 15h15, atualizada em 13/02/2020 15h51

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A luz de uma estrela que está morrendo é tão intensa que pode reduzir asteroides a pó. Um novo estudo, publicado na revista Montly Notices of the Royal Astronomical Society, indica que isso acontecerá com a maioria das estrelas que queimam no Universo atualmente, incluindo o Sol.

De acordo com a pesquisa, a única responsável por essa destruição em massa é a radiação eletromagnética, e tem a ver com o efeito Yorp (Yarkovsky-O’Keefe-Radzievskii-Paddack), nomeado em homenagem aos quatro cientistas que contribuíram para entendê-lo.

O efeito ocorre quando o calor de uma estrela altera a rotação de um pequeno objeto do Sistema Solar. A energia luminosa do Sol é absorvida por um asteroide, por exemplo, aquecendo-o. O calor então atravessa a rocha até que seja emitido novamente em diferentes direções como radiação térmica.

Essa emissão gera uma pequena quantidade de impulso; em curtos períodos, isso realmente não muda muito o cenário, mas em períodos longos, pode fazer com que o asteroide gire ou oscile fora do eixo.

Quando estrelas como o Sol atingem um certo tempo de existência, elas entram em um estágio em que começam a se expandir, ficando muito grandes e brilhantes. Essa fase dura alguns milhões de anos e, como resultado, eles ejetam material e colapsam em uma densa estrela morta chamada anã branca. No caso de nossa estrela, esse processo deve ocorrer em cerca de cinco ou seis bilhões de anos.

Considerando uma modelagem computacional feita pela equipe de pesquisadores, o efeito YORP giraria a maioria dos asteroides com mais de 200 metros de diâmetro o suficiente para causar quebras e desintegração. Esse fenômeno não aconteceria a objetos com maior integridade estrutural, como planetas anões, mas um cinturão de asteroides teria um destino diferente.

Foto: Casey Reed / Nasa

Imagem ilustra como uma anã branca se parece – Foto: Casey Reed / Nasa

Não é apenas a modelagem computacional que mostra evidências desse acontecimento. Observações atuais de estrelas mortas também confirmam as afirmações. Pesquisas anteriores determinaram que mais de um quarto de anãs brancas têm evidências de materiais provenientes de asteroides.

A presença de assinaturas rochosas em anãs brancas são um mistério para a ciência até então. O efeito YORP poderia ser a explicação para isso. À medida que os asteroides se desintegram, eles formam um disco de poeira em torno da anã branca.

Entretanto, os cientistas ainda não estão convencidos. Eles reconhecem que o efeito fornece um contexto importante para determinar onde os detritos se originam, mas eles têm em mente que devem determinar onde os detritos estão enquanto uma estrela se torna uma anã branca.

Via: Science Alert

Luiz Nogueira
Editor(a)

Luiz Nogueira é editor(a) no Olhar Digital