SN8 passa por novo teste de disparo estático, mas ainda não decola

Expectativa é que primeiro voo do protótipo atinja uma altitude de 15 km
Rafael Rigues11/11/2020 18h36

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Contrariando expectativas, a SpaceX não fez uma tentativa de lançamento do oitavo protótipo da Starship, o SN8, na última segunda-feira (9) como esperado. Mas a frustração não foi total: na noite desta terça-feira (10) a empresa um novo teste de disparo estático, quando os propulsores são acionados por um breve momento com a espaçonave presa à plataforma de lançamento.

Este foi o primeiro teste com o “nariz” instalado no topo da SN8, o que lhe dá uma aparência muito mais próxima de uma espaçonave real, em vez do jeitão de “tanque de combustível” dos protótipos anteriores. Disparos estáticos são essenciais antes de uma decolagem, e servem para se certificar de que todos os sistemas responsáveis pelo lançamento estão funcionando corretamente.

A expectativa é que a SN8 seja o primeiro protótipo da Starship a alcançar 15 km de altitude. Voos de protótipos anteriores, a SN5 e SN6, não passaram dos 150 metros. Vale lembrar que um voo a 15 km de altitude não é um voo espacial: segundo a Federação Aeronáutica Internacional, o espaço “começa” a 100 km acima do nível médio do mar, ponto que é conhecido como a “linha de Kárman”. Já para o governo dos EUA o limite é mais baixo, e o espaço começa a 80 km de altitude.

De olho em Marte

A Starship é crucial para os planos da SpaceX de colonizar Marte, construindo no planeta uma cidade com 1 milhão de habitantes até 2050. Para isso, a SpaceX teria de construir 100 Starships por ano, num total de mil naves ao longo de 10 anos, e fazer três lançamentos diários, cada um transportando mais de 100 toneladas, num total de 100 mil toneladas/ano. Isso seria feito cada vez que a Terra e Marte ficarem mais próximos, o que acontece uma vez a cada 26 meses.

Além disso, a SpaceX tem planos para usar a Starship e o foguete Falcon Super Heavy em outros empreendimentos, como o transporte de astronautas e materiais até a Lua, o turismo orbital e o lançamento de satélites, substituindo os atuais foguetes Falcon 9 e Falcon Heavy.

Fonte: Space.com

Colunista

Rafael Rigues é colunista no Olhar Digital