Lixo espacial é um problema sério e que só tende a se agravar conforme o número de satélites artificiais orbitam a Terra. Um sintoma dessa complicação foi demonstrado nesta terça-feira (17), quando as forças aéreas dos EUA emitiram um aviso alertando para uma possibilidade relativamente alta de colisão entre um satélite americano e um russo nesta madrugada (no horário de Brasília).

O Twitter da Bigelow Aerospace, empresa de tecnologia espacial baseada em Las Vegas, disse ter recebido um alerta de que a colisão entre o satélite Genesis II e o já desativado satélite russo Cosmos 1300 tinha uma chance de 5,6% de acontecer “em 15 horas”; a publicação aconteceu às 14h de Brasília, o que colocaria um prazo para a colisão para as 5h da quarta-feira (18).

As chances de colisão de 5,6% podem parecer baixas, mas é altíssima para os padrões de segurança para satélites. Basta lembrar que há duas semanas, a ESA (Agência Espacial Europeia) precisou fazer com que o satélite Aeolus realizasse uma manobra evasiva por precaução para evitar se chocar com um outro satélite, o Starlink 44 da SpaceX. A agência calculava um risco de colisão de 1 em 1.000 (ou 0,1%), que já era 10 vezes mais alto do que o limite aceitável de 1 em 10.000 (ou 0,01%).

O Genesis II é um satélite lançado para a órbita terrestre em 2007, projetado pela Bigelow Aerospace para testar sistemas visando a criação de módulos espaciais que seriam lançados em voos comerciais tripulados. Ele foi oficialmente “aposentado” em 2011, quando seus sistemas deixaram de responder (o que significa que ele não pode fazer uma manobra para evitar colisão, por exemplo), mas continuará em órbita até 2020. O Kosmos 1300, por sua vez, está no ar desde 1981, tendo sido lançado pela já dissolvida União Soviética e se enquadra na categoria de “lixo espacial”.

Por ter previsão de retorno à Terra prevista para o ano que vem, a destruição do Genesis II não seria uma tragédia, mas o impacto ainda assim poderia causar grandes transtornos. O medo é que uma colisão faça com que fragmentos se espalhem pela órbita, causando outros impactos mais indesejáveis, como nota o site Gizmodo.