Conforme prometido, a SpaceX, empresa comandada por Elon Musk, deu mais detalhes sobre quem será o passageiro de seu primeiro voo comercial que dará a volta na Lua: Yusaku Maezawa, um empresário e bilionário japonês. O executivo é dono da Start Today, empresa por trás de uma das principais redes de lojas de roupas do Japão, a Zozotown.
Maezawa tem uma fortuna estimada de 2,9 bilhões de dólares, de acordo com a Forbes, e é uma das 20 pessoas mais ricas do país asiático. Sua companhia tem como maior diferencial uma solução, a ZOZOSUIT, usada para personalizar os tamanhos das roupas vendidas. Trata-se de uma malha preta flexível cheia de pontos brancos, que são rastreáveis com a ajuda de um app, que ajuda a calcular as medidas da vestimenta.
A empresa começou a atuar fora do Japão apenas recentemente, iniciando em julho deste ano um plano de expansão para levar a solução e criar lojas online em 72 países. O Brasil parece estar nos planos, segundo uma reportagem recente da Quartz, mas, por ora, ainda não há nada relacionado à companhia por aqui.
De toda forma, voltando à viagem espacial, Maezawa levará entre seis e oito artistas, de pintores a músicos e diretores, consigo rumo à Lua. Eles passarão seis dias no espaço e realizarão juntos um projeto de arte que o bilionário – que é colecionador de arte – chamou de #dearMoon, cuja ideia é inspirar os criativos. Só o empresário pagará pela viagem, levando os artistas sem custos. No entanto, o “passeio” no foguete BFR da SpaceX não deve acontecer antes de 2023.
A questão financeira da SpaceX
Ainda há, contudo, um grande ponto de interrogação na história: como Musk e a SpaceX vão tirar o foguete reutilizável BFR do papel. Como mencionamos aqui, a empresa não está contando com apoio da NASA e nem de órgãos oficiais no desenvolvimento do projeto.
É o contrário do que acontece com os foguetes Falcon, usados em missões da agência espacial norte-americana. E mesmo com o apoio, a companhia ainda não conseguiu levar pessoas ao espaço, apenas cargas até a Estação Espacial Internacional (ISS). O objetivo inicialmente era fazer viagens tripuladas até o final deste ano, mas a proposta foi postergada para 2019.
Parte da questão financeira deve ser resolvida com novos contratos firmados principalmente para lançar satélites. Musk não deu novos detalhes, mas até março deste ano, a empresa já tinha uma receita de 12 bilhões de dólares só com acordos programados. Ainda assim, considerando que a companha tem investido apenas 5% de seus recursos no projeto, é provável que ela precise de mais alguns bilhões em investimentos para construir a espaçonave.
A perspectiva ao menos é boa para a SpaceX – e também para outras empresas do ramo espacial, como a Virgin e a Blue Origin. De acordo com análises da Report Buyer, a chamada Indústria do Espaço já vale 360 bilhões de dólares em 2018 e deve crescer em um ritmo de 5,6% ao ano até 2026. A demanda por satélites e veículos de lançamento reutilizáveis, que são justamente a especialidade da empresa de Musk, também deve aumentar.