A SpaceX, empresa do bilionário Elon Musk, assinou contrato com seu primeiro cliente para uma viagem em torno da Lua. O nome do passageiro ainda não foi revelado, mas a companhia prometeu no Twitter que pretende dar mais detalhes na próxima segunda-feira, 17, em um evento a ser realizado na própria sede.
O viajante espacial deve tripular o BFR, maior veículo de lançamento — basicamente um ônibus espacial — da empresa. Ele é composto ainda por um segundo estágio, o BFS, onde entra a tripulação. Como as espaçonaves Falcon, ambas são são reutilizáveis. No entanto, elas são mais potentes: o BFR é composto por 31 motores, enquanto o Falcon Heavy, que é o modelo mais capaz atualmente, tem nove por “impulsionador”, totalizando 18.
A SpaceX acredita que esse será um “passo importante” rumo à democratização das viagens espaciais, embora não tenha revelado nenhum valor pago.
Mais do que ao redor do nome, a maior expectativa fica em torno de quando a viagem será feita. A promessa inicial da companhia era de enviar viajantes ao espaço até o final deste ano, em viagens ao redor da Lua. Mas a empresa não tem conseguido manter seus prazos, como lembrou uma reportagem do Ars Technica: a ideia de mandar astronautas para a Estação Espacial Internacional já em 2018, por exemplo, foi postergada para abril de 2019. Por ora, o que a SpaceX consegue fazer é entregar suprimentos.
Também é preciso considerar que o BFR — e seu segundo estágio, a espaçonave BFS — ainda nem estão prontos. Mas ao menos temos como fazer uma estimativa aqui: Elon Musk, dono da empresa, já disse que seu objetivo, embora pouco realista, era enviar um foguete para Marte em 2022. Independente de conseguir cumprir ou não, o que podemos concluir é que não teremos a dita viagem tripulada antes de 2021.
Fechar os acordos com essa antecedência, porém, é uma forma de garantir os ganhos para a SpaceX, que hoje já até é uma empresa sustentável financeiramente. A NASA e o governo norte-americano têm contratos fechados com a companhia, e ainda há alguns outros clientes comerciais. Em março de 2018, os acordos para os lançamentos programados já representavam uma receita de 12 bilhões de dólares. O valor, claro, é só contratual, o que ainda deixa algumas dúvidas sobre como a empresa pretende custear o desenvolvimento do BFR.