Tensões bélicas envolvendo a Rússia voltaram a ganhar o Espaço. Nesta quinta-feira (23), o país foi acusado de testar, em um de seus satélites, “o lançamento de um projétil com características de uma arma”. Foi o que afirmou Harvey Smyth, vice-marechal do Ministério da Defesa do Reino Unido, em uma declaração feita no Twitter. 

 

“Ações como essa ameaçam o uso pacífico do Espaço, e têm o risco de ocasionar conflitos que podem comprometer o uso de satélites e sistemas espaciais dos quais o mundo depende”, afirmou o marechal. “Pedimos à Rússia que evite outros testes desse tipo, e continue trabalhando de forma construtiva com o Reino Unido e outros parceiros para incentivar o comportamento responsável no Espaço”.

Risco de uma guerra espacial

De acordo com a BBC, a acusação aumenta as tensões acerca de uma possível corrida bélica espacial, dado que o Reino Unido é o terceiro país a denunciar a conduta da Rússia no Espaço.  

Este mesmo satélite russo já havia causado desconfiança no início do ano, quando, de forma suspeita, passou muito próximo a um satélite dos Estados Unidos.  Na ocasião, o general Jay Raymond, que chefia o comando espacial dos EUA, afirmou que a Rússia vem tentando “colocar em risco os recursos espaciais norte-americanos e de aliados” por meio de testes de uma arma espacial.

À época, a Rússia afirmou que as acusações eram “infundadas e caluniosas”, mas não convenceu. A França também relatou a aproximação hostil de um satélite russo, que teria chegado “tão perto, que poderíamos imaginar que estava tentando interceptar nossas comunicações”, como afirmou o ministro francês Florence Parly. Isso levou o país a anunciar a criação de uma “estratégia de defesa espacial” em sua base de operações. Parly explicou que a iniciativa prepararia a França para “garantir seu território”, inclusive desenvolvendo armas de autodefesa.   

Vale destacar que o tipo de arma em questão não é necessariamente parecido com o que existe na Terra. No Espaço, lasers e frequências de microondas podem ser utilizados para desativar os satélites de países inimigos. Esse tipo de conflito tem a capacidade de ser catastrófico, uma vez que, no século XXI, os países dependem dos satélites para manter funcionando seus sistemas de inteligência, comunicações (internet e telefonia), serviços de localização, meteorologia e até mesmo pagamentos com cartão de crédito.     

Via: BBC